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segunda-feira, 7 de março de 2011

Pe. Emílio - Missa de ação de graças


Homilia de Despedida e Nova Missão

Caríssimos filhos e filhas, meus amados paroquianos.

Em nossa vida nós precisamos aprender diariamente dar liberdade ao Pai que é Bom e bom é tudo o que Ele faz.

Diante das surpresas que transtornam nossos planos, derrubam nossos sonhos dão rumo totalmente diverso aos nossos dias e quem sabe as nossas vidas, nada é acaso, tudo é visto pelo seu amor benevolente para que Ele mesmo conduza a trama dos nossos dias, assim necessitamos de responder a Sua Divina Vontade enxergando através dos acontecimentos, de sua Palavra e a voz dos nossos superiores sua Vontade Divina.

Por vezes achamos que chegamos ao fim. Que já caminhamos, vivemos e passamos por tudo nessa vida.

Expressamos em atos e pensamentos o que vai lá no fundo da nossa alma e que agora nos resta o silêncio.

Cessando as palavras e adormecendo no travesseiro o nosso próprio inquieto coração. Estou de partida, acolhendo a Vontade de Deus para ajudar na Diocese de São Carlos como Reitor no Seminário Menor e Propedêutico Cura d’Ars em Araraquara, chamado este feito pelo nosso Bispo e que respondi de forma livre sem nem uma imposição da parte de nosso bispo, mas em uma conversa amigável .

E eu me pergunto. E agora?!

O primeiro questionamento que me faço é reavaliando estes 21 anos de serviço na Comunidade Cristã de Matão e em nossa Paróquia 15 anos, o que fiz para maior glória de Deus e para a salvação das almas a mim confiadas?

Sei também que haverá momentos em que estarão na balança alguns instantes e situações em que insistirão em machucar a minha mente do que posso ter deixado de fazer, embora de antemão eu não queira deixar que eles inundem o espaço fecundo com que pretendo ocupar o mundo da minha imaginação.

Não deixarei que o raio do pessimismo assuma e destrua a condução de minha vida. Até porque será tolice ocupar-se do que não deu certo.

Talvez não fui o Padre que esperavam que eu fosse e nem dei respostas que desejavam, mas busquei não me omitir e responder segundo o que pensava ser o justo e o correto.

Como pastor e diretor espiritual desta comunidade busquei sempre preservar e indicar o caminho da fé a todos aqueles que necessitavam, quis conduzir a Paróquia pelo condão de guiá-los nos valores elementares da fé cristã.

E quais lembranças estarão na sacola rumo ao resto de meus dias? O bem que todos vocês me fizeram, o que crescemos juntos na fé, no amor, no Evangelho, buscando implantar o Reino de Deus.

Deixarei de lado, os ressentimentos, as tristezas e amarguras vividas pelo percurso da vida. Passarei uma borracha nelas, isso não se faz por que não se esquece, mas carregarei apenas as nossas vitórias juntos!

O tempo dirá! Estou esperançoso! Sempre pautei minha vida pelo desejo de ser um pobre anunciador do Evangelho que é Amor em atos.

Há sempre um lado bom que advêm das tempestades, das chuvas, das trovoadas. É só procurar o abrigo de alguma cabana, algum riso preso querendo ser solto voando ao vento. Ah! E foram tantos os instantes bons. Os amigos conquistados. As alegrias das conquistas juntos, as celebrações realizadas com carinho e que tanto me encantam é como esta comunidade celebra, respondendo, cantando rezando com fé.

A colaboração de cada paroquiano em nossas pastorais e nos eventos.



Hoje estamos vendo muitos cristãos empolgados com a teologia da prosperidade e não querem perder nada, por isso de nada abrem mão.

Sei que é difícil entender minha partida, mas a vejo como uma necessidade de mostrar que não somos donos de nada e nem da nossa própria vida, para mim com certeza está sendo uma morte, mas se o grão não cai na terra e morre ele não frutificará.

Muitas pessoas estão correndo atrás da bênção e não buscando ser bênção. Buscam com avidez as bênçãos de Deus e não o Deus das bênçãos. A maior de todas as bênçãos não são os benefícios do Senhor, mas o próprio Senhor.

Nada pode substituir Deus em nossa vida. Devemos ansiá-lo avidamente. Então, quando todos os poros da nossa alma estiverem clamando pelas torrentes do Espírito; quando a sede de Deus for tão forte em nós, que a maior e a mais urgente necessidade do nosso ser for o próprio Deus, então tudo se tornará relativo, não que não amemos os que estão do nosso lado, eu os amei, amo e amarei, e não poderei esquecê-los, pois quando se ama em Deus ninguém é esquecido em nosso coração e nossa vida.

Segundo questionamento que me faço: Por que eu nesta missão de Reitor, formador e educador? Com sinceridade disse ao Srº bispo que não me sinto qualificado!

Em primeiro momento surgiu o medo e a insegurança, então fui diante de Jesus no sacrário em oração, brotou no fundo de minha alma um clamor que antes não conhecera jamais - Aba, Pai!

Nada pude fazer, senão chamar a Deus, meu pai.

No que então obtive dois grandes sentimentos e palavras em meu coração: “Deus trata pessoalmente de você. Chama você para fora - Ele quer que você saia do marasmo, da escuridão das cavernas. Quer mostrar o poder que Ele tem. Ele tem poder de realizar mudanças abalar as estruturas, queimar e purificar tudo e, mesmo assim no seu caso, Ele quer agir com brandura com voz serena. Pois o coração do homem é como a torrente nas mãos do Senhor Ele a leva para onde quiser.” Abrindo a Palavra de Deus topei com o texto do profeta Elias que diante do vento – terremoto – fogo - uma brisa leve o tocou e a voz de Deus se fez ouvir. (I Reis 19).

Esta gloriosa experiência durou cerca de uma hora; o que me manteve a maior parte do tempo num mar de lágrimas, e chorando em voz alta. Senti uma ardência na alma, um anseio por ser esvaziado e aniquilado; jazer no pó e encher-me unicamente de Cristo; amá-lo com um amor santo e puro; confiar nele; viver dele; servi-lo e segui-lo; e ser perfeitamente santificado.

Pois não sou melhor que ninguém e a nenhum dos meus irmãos no sacerdócio, mas ardeu meu coração e como que algo impeliu-me a perceber que necessitamos ter consciência de que a igreja está passando por crise. Ela está desolada (Is 62,4). Está como Siceleg, ferida e saqueada pelo inimigo e Davi afligiu-se em extremo como vemos em 1 Sm 30,1-6. A igreja parece, hoje, com Sansão - um gigante que ficou sem visão e sem forças — e está dando voltas sem sair do lugar (Jz 16,20,21).

Há fome e inquietação no próprio celeiro de Deus. Há uma seca avassaladora. As ovelhas já não sabem mais o que são pastos verdes. Estão comendo palha e alimentos secos. O inimigo tem cirandado no meio da assembléia dos santos. Escândalos escabrosos afloram com muita freqüência no meio do povo de Deus. Há pecados ocultos e coisas horrendas sendo feitas e praticadas por pessoas que empunham o estandarte do Senhor (Ez 8.3-13). Há falta de amor, de comunhão e de simplicidade no meio do povo de Deus.

A igreja está em crise na doutrina, na ética e na evangelização. Doutrinas de homens têm entrado nas igrejas.

O relativismo ético tem sido característica de muitos cristãos. A igreja está sem autoridade e sem entusiasmo para evangelizar. Por isso está murchando, diminuindo em muitos lugares.

O Deus da obra é mais importante que a obra de Deus.

Não querem se comprometer, não querem se envolver.

Deus não tem sido o centro das atenções e das aspirações do seu povo. Cada um corre atrás de seus próprios interesses.

Os cristãos hoje são muito superficiais.

Não levam Deus a sério. Falam com frivolidade. Prometem o que não desejam cumprir.

Honram a Deus só de lábios, negam-no com sua vida e não se voltam para ele de todo o coração.

Deus não tolera uma religiosidade assim. Ele não aceita coração dividido. Somos ou não somos totalmente dele.

O povo de Deus anda com os olhos enxutos demais. Muitas vezes desperdiçamos nossas lágrimas, chorando por motivos fúteis demais. Outras vezes, queremos anular as emoções da nossa experiência cristã. Achamos que o choro não tem lugar em nossa vida. É por isso que estamos tão secos.

Se compreendermos o estado da igreja e a nossa própria situação e não chorarmos é porque já estamos endurecidos. A crise não deve nos empurrar para longe de Deus, mas para os seus braços.

A frieza da igreja e o endurecimento dos corações não devem ser motivos desanimadores, mas impulsionadores para O buscarmos.

Em Joel 2,17ª a profecia nos diz: "...chorem os sacerdotes, ministros do Senhor..." A liderança precisa estar à frente, na vanguarda daqueles que desejam um Despertar de um novo céu e uma nova terra; os líderes são os primeiros que precisam ter pressa para acertar sua vida com Deus. Os anciãos são os primeiros que devem colocar o rosto em terra (Js 7.6). A igreja é o retrato da liderança que tem. Ela nunca está à frente de seus líderes. Os líderes devem ser os primeiros a comparecer às reuniões de oração e às noites de vigílias, colocando-se na brecha da intercessão pelo povo.

A liderança precisa ser modelo para o rebanho (l Pe 5.1-4).

Logo o que esta acontecendo com o nosso Povo de Deus é também em grande parte culpa nossa dos sacerdotes. Os sacerdotes e os ministros são convocados a chorar e orar em favor do povo.

Nós pastores andamos secos demais, pregamos com os olhos enxutos demais, oramos pouco demais. Um dos maiores obstáculos para o uma Igreja Viva como nos disse Bento XVI tem sido nós os pastores.

Estamos tão acostumados com o sagrado que já não somos mais impactados pela Palavra de Deus. Estamos tão confiados no nosso intelectualismo que já não dependemos mais do Senhor.

Não sou o melhor torno a disser-vos. Com certeza o pior de todos. Mas se nós os pastores não formos homens de oração, nosso rebanho será digno de pena. Entretanto, quando o pastor se humilha diante de Deus e começa a buscá-lo a Igreja toda é contagiada. Quando ele vai para a casa do Senhor e ali chora, derramando lágrimas em favor da igreja, o Espírito começa a mover-se no meio do povo.

Quando olhamos para a história do povo de Israel, constatamos que, sempre que líderes piedosos estavam à frente, o povo andava com Deus.

Porém, quando os líderes se desviavam, o povo todo se afastava do Senhor.

Quando o ministro não leva Deus a sério, em vez de bênção, ele traz maldição para o rebanho (Profeta- Ml 2,2).

Quando o ministro se aparta do Senhor, o povo passa a ser destruído (Os 4,6-10). Quando o ministro deixa de andar com Deus, em vez de guia espiritual, ele passa a ser um laço e uma armadilha perigosa para o povo (Os 5,1-2).

É tempo de os pastores colocarem o rosto no pó e de os ministros se angustiarem por causa da sua sequidão e esterilidade.

Também é tempo de nós sacerdotes chorarmos pelo povo de Deus e clamarmos por socorro até que o Senhor restabeleça nossa sorte.

Li um pensamento que muito me chamou atenção: "As verdades que eu prego aos outros são as mesmas das quais me alimento."

A condição para sermos boca de Deus é arrependimento, intimidade com ele e luta de uma vida justa , honesta. Se essas qualificações não estiverem presentes em nossa vida, seremos como o sumo sacerdote Josué: estaremos ministrando a Palavra de Deus, mas desqualificados em nossa vida (Zc 3,1-3).

O grande drama da igreja hoje é que nós os sacerdotes falamos com erudição, mas não temos unção. Temos palavras pomposas e eloqüentes nos lábios, mas não temos óleo sobre a cabeça.

Discorremos sobre temas profundos, mas não somos boca de Deus. Na verdade, nós sacerdotes estamos frios; não ardemos mais, não temos o coração aquecido, com ardor, com consciência de nossa real missão.

Precisamos arder primeiro, se queremos ver a seara pegando fogo. Nós os sacerdote precisamos ser um graveto seco a pegar fogo. Depois que o fogo pega no graveto seco, até lenha verde começa a arder.

Sem Cristo, nada podemos fazer.

Nossos esforços, sem a ação de Deus, não produz fruto. Precisamos depender mais do Senhor se queremos mais eficácia em nosso trabalho e evangelização.


Nossas pregações tornam-se discursos vazios, que enchem os ouvintes de cansaço e tédio. Sem a unção do Espírito, os sermões são mortos; e sermões mortos matam. Pregações sem unção do Espírito endurecem o coração.

Nossos púlpitos hoje estão sem poder.

Nós sacerdotes estamos vazios de Deus. Nossos seminários estão mais preocupados em formar pensadores e filósofos do que homens que dependam do Senhor. É necessário que os pastores estejam aos pés do Senhor, com os ouvidos afinados para ouvirem a sua voz, e que conheçam a intimidade de Deus em oração.

Só assim nosso povo será conduzido aos pastos verdejantes.

Só assim as almas famintas vão se fartar.

Só assim nosso povo vai deixar as cisternas rotas e voltar-se para o Senhor, verdadeiro manancial de águas vivas.

Não basta ser um eco; é preciso ser uma voz. Não basta ser uma caixa de ressonância; é preciso ser trombeta de Deus.

Isso tudo me fez refletir em dar meu sim para ajudar os nossos futuros sacerdotes, então penso que estou agora pronto para perscrutar, para palmilhar, para desvendar o misterioso mundo do novo caminho, quero poder ajudar de forma fecunda na formação de novos sacerdotes para a nossa Mãe Igreja.

Creio que eu mesmo vou voltar ao Seminário – que significa lugar de novas sementes – sementeiras - pois a vocação do padre reitor como um verdadeiro pai dos seminaristas é saber lançar as sementes para formar-se e formar um homem novo.

Ser padre reitor não é fácil, é preciso muita coragem, muito joelhos no chão e oração! Isto peço ao bom Deus que me conceda.

Peço-vos que compreendais e aceiteis esta nomeação-transferência com a maturidade e a serenidade da fé, conscientes de que é o Senhor Jesus quem conduz a Igreja através de nossos bispos.

Não vos posso esconder a dor da separação. No meio de vós fiz-me próximo e íntimo às vossas alegrias e aos vossos sofrimentos, às vossas esperanças e fadigas. Amei-vos e amo-vos com amor de pai espiritual e de irmão em humanidade e na fé.

De vós recebi a abertura de coração, o acolhimento caloroso, a colaboração generosa, o conforto da vossa fé, da vossa amizade e da vossa bondade.

Se a separação de todos vós é o que mais me custa, sei que o Senhor ouvirá o pedido que lhe faço: que o meu coração se dilate e os novos irmãos entrem nele, de pleno direito, sem que saiam os que já lá estão.

É um milagre que só a Graça do Senhor sabe e pode fazer e realmente faz.

Procurei executar meu trabalho da melhor forma possível, sendo que muito ficou para Deus e outro tanto está ficando para o próximo pároco.

Quero aproveitar para ainda vos dizer: “Queridos: A vida é feita de portas que se abrem e que se fecham... Mas nem sempre as portas que se fecharam estarão trancadas para sempre... A vida tem a habilidade de nos trazer novas oportunidades e felicidades ainda maiores!” Kassandra Marr ( A Indefectível)

Gostaria de lhes pedir uma única coisa se assim posso fazer: Acolham o novo sacerdote e pastor desta comunidade e lhes dê em dobro o carinho, atenção, o amor que para mim dedicaram estes anos todos.

Sejam amigos, não o deixem sozinho como não me deixaram e colaborem para que o caminho pastoral e o ministério dele seja fecundo no meio de vocês.

Quero agradecer a todos pelo apoio, pela dedicação e a comunhão para o crescimento do Reino de Deus nesta Comunidade.

A obra perdurará, pois a confio nas mãos de Deus.


Na esperança, ainda por nascer, de que tenha válido a pena termos caminhado juntos por esse caminho e que olhando para trás sigamos em frente confiante que o destino ainda nos reserva boas surpresas.

Levarei a todos no meu coração e saudades, sim saudade que é um sentimento que não é mera lembrança, de quem esta longe , mas sim aproximação de quem sempre os tem no coração podem ter certeza disso.

Permaneçam fiéis!

Agradeço a todos por tudo o que me fizeram, por todo apoio e ajuda em crescimento ao meu sacerdócio e ao meu ministério no vosso meio, me fizeram crescer nestes 21 anos de convivência em Matão, devo a todos o sustento do meu sacerdócio e ministério.

Meu abraço carinhoso e fraternal em todos que dividiram comigo a mesma jornada.

com minha benção
Pe.Emílio Carlos+

p.s: mantendo o tom coloquial .

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