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sábado, 21 de maio de 2011

A gratidão ajuda


A gratidão ajuda


Por: Paola Lanz Jiménez


Dar graças não só se trata de ser corteses ou educados. A gratidão não é um intercambio de objetos: “você me deu, agora eu te dei”. Significa mais bem, “você se esforçou por mim, eu estou disposto (a) a fazê-lo por ti.”



O contato com os outros é muito significativo para todos os seres humanos, inclusive a nível químico, já que o ter relações estáveis estimula certas sustâncias do cérebro, que nos ajudam a poder perceber a sensação de felicidade e de plenitude.



Agradecer é saudável sempre e quando expressemos com plena sinceridade, a atenção recebida de outra pessoa ou da vida mesma. Ajudando-nos a que nos fixemos mais no que temos que nas carências; desenvolvendo assim atitudes mais positivas e, por conseguinte, permitindo-nos ter uma vida mais plena.

Dizer “graças” desvia a atenção do eu para focá-la em aqueles que nos procuram; aliviando a pressão que costumamos exercer sobre nós mesmos, estabelecendo uma relação muito mais cordial com o exterior. Agradecer também é compartilhar, é reconhecer ao outro como um ser similar a nós, dando-nos a possibilidade de abrir um diálogo.


Mas assim como o ser agradecido é importante, da mesma maneira o saber-nos dignos merece receber aprecio, sem que isso signifique debilidade.



A gratidão é um valor que se cultiva, se desenvolve e quando não a praticamos de forma regular, podemos chegar a perdê-la de vista e com ela muitas benções que temos a nosso redor assim como a abertura ao outro. Por isso é necessário inclinar-se e apreciar aos seres e às coisas que te acompanham e te rodeiam. Sem que seja necessário ignorar a fealdade no mundo mas é imprescindível concentrar-se no bom, no positivo, nos seres queridos, nos amigos, en você mesmo, no que a vida te da, para poder crescer em gratidão.



Valorar o que outros nos brindam é uma das virtudes que mais nos humaniza e nos conecta com os demais. A gratidão faz a diferença em viver sempre enfadado ou pelo contrario, assumindo nossa existência em relação ao outro.




Bibliografia:
Psychologies México


“O MEU EU INTERIOR”


Podemos dizer que temos duas identidades. Uma externa que recebemos de nossos pais e outra interna que é o verdadeiro nosso “eu”. O meu “eu” verdadeiro não é o externo e sim o interno. Quando o espermatozóide de nosso pai se uniu ao óvulo de nossa mãe, do coração de Deus veio o nosso verdadeiro “eu”, ou seja, nossa alma e espírito. Nós moramos neste corpo, não somos somente este corpo. Quando morremos nosso “eu” interior volta para Deus, o corpo atual vira pó e retorna para nós na segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, na ressurreição da carne.

Como estou tratando meu “eu” interior? Já reconheci meu pecado, tenho conhecimento do amor de Deus por mim? Aceito a oferta de salvação que o Senhor Jesus me concedeu? A vocação de todo ser humano é de ter um encontro pessoal com Jesus Cristo, onde este encontro gera o arrependimento dos seus pecados, aceitando Jesus Cristo como único Senhor e Salvador.


Entramos no mundo pelo nascimento físico, temos uma herança e um nome que recebemos de nossos pais. Temos uma identidade que o governo nos oferece que nos identifica como cidadão. Mas isto não é tudo, é passageira, nossa vida na terra dura muito pouco comparada com a eternidade que aguarda a cada um de nós.


Por causa do “pecado das origens”, todos os seres humanos nascem em pecado, erram o alvo e se comportam da maneira contrária ao plano de Deus (rom.3,23). Sim, Deus tem um plano de amor, vida nova e eterna para todos nós. Vida cheia de alegria e paz. O homem, a mulher, nasceu para viver este plano de amor de Deus. Está na natureza original da humanidade viver o amor. Permanecer longe do plano original de Deus para a humanidade é permanecer no pecado, na morte (rom.6,23).


Apesar de tudo isso, temos uma boa noticia: Jesus Cristo, enviado ao mundo para nos purificar, nos salvar, dar a vida por nós. Jesus fez tudo isto porque nos amou. Sim, Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho ao mundo para dar a vida pelo mundo, por mim, por você. (Jo 3,16). O dom, o presente gratuito de Deus para nós é a vida eterna em Jesus Cristo nosso Senhor.


Nosso destino pode ser mudado. Precisamos mudar nossa identidade espiritual. Precisamos nascer de novo, nascer no espírito, nascer para Deus, nascer da água e do Espírito. Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; o que é nascido do Espírito é espírito. Nosso eu interior precisa passar por um segundo nascimento, nascer de novo para Deus, nascer em espírito, aceitando Jesus Cristo, seguindo seus ensinamentos, seus passos, deixando a vida de pecado, buscando diariamente a santidade. (Jo 3,3-8).


Como Nicodemos podemos perguntar: Como nascer de novo? Jesus nos responde: É um nascimento espiritual que acontece quando abrimos o coração para a Palavra de Deus, para Sua presença viva na eucaristia, tendo intimidade com o Espírito Santo, nos lançando nos braços do amor infinito do Pai. A semente do Pai que é Jesus, a Palavra viva, o Sacramento Encarnado, deve ser plantado em nosso coração. Ali o Espírito Santo trabalha e gera em nós um novo nascimento. Da união entre o Espírito Santo e a Palavra dentro de nós, a vida de Deus é gerada em nosso coração.


Quando nascemos de novo percebemos uma mudança interior. Deus se torna presente e real. Está dentro de nós. Não sabemos como, mas Deus mora em nós e passa a agir em nós, se mostrar em nós. “Deus deseja gritar de dentro de nós”. ei, Eu Estou aqui”. Deus quer morar em nosso coração, morar junto ao nosso “eu” interior.


Ao nascermos de novo assumimos uma nova identidade: Filho de Deus. E ser filho de Deus é ser santo, eleito, cristão, membro da família de Deus, herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo. O céu volta a ser o nosso destino final por direito de novo nascimento. Passamos a estar em profunda aliança com o Senhor. Tudo o que é meu passa a ser do Senhor, e tudo o que é do Senhor passa a ser meu.


Você está perdido? Jesus veio para te achar e salvar. Jesus se coloca à porta do nosso coração e bate. Diz: Posso entrar? (I Jo 5,11-13).



TEMPO, UMA QUESTÃO DE OPÇÃO

Ah, o tempo! Essa coisa tão medida, tão preciosa, tão disputada, tão valiosa! O que fazer do tempo? Afinal, quem manda em quem, sou eu que mando no tempo ou ele que manda em mim? Como distinguir o senhor e o servo? Como evitar “ser tragado” por ele?

Os gregos resolveram, em parte, esse problema tão inquietante nos nossos dias. Resolveram criar duas palavras para designar dois tipos de tempo diferente. A primeira, o tempo cronos, significa o único termo que a língua portuguesa utiliza, com seus diferentes sinônimos: tempo mensurável pelo relógio e pelos astros. Esse é o tempo que nos restringe, inquieta, interpela, irrita e nunca parece bastar para fazer o que necessitamos.


A outra palavra grega para “tempo” é kairós. Este tipo de tempo é aquele que não se mede, é interior, espiritual, pleno, profundo. É pessoal, mas universal. Seu efeito atinge os que participam dele e os que lhe são indiferentes. Ao perceber isso, os cristãos dos primeiros séculos passaram a utilizar essa palavra para designar o “tempo da graça de Deus”, o kairós de Deus.


Na verdade, ambos os tipos de tempo foram criados por Deus. São, portanto, criaturas de Deus, como as nuvens, o ar, a água. Deus age em ambos e através de ambos. Quando Jesus se encarnou, ele encarnou-se no “tempo cronos”, mensurável, histórico, preciso. Entretanto, ao encarnar-se e nascer, ele transformou este tempo cronos em tempo kairós, tempo de graça, tempo da graça de Deus.

O Verbo se fez carne e habitou entre nós. Ele, o Senhor do tempo, submeteu-se ao tempo cronos para transformá-lo em kairós. Obviamente, isso não é coisa de pouca monta. Trata-se da transformação da história da humanidade, a transformação de sua mentalidade humana em mentalidade divina. Diz respeito à inserção palpável do tempo kairós no tempo cronos. Com Jesus, podemos viver escravizados pelo tempo cronos ou libertos pelo tempo kairós.

Alienação? Zen? Nada disso: sabedoria. Se vivermos sabendo que Deus e, portanto, nós somos os senhores do tempo cronos, ele se transforma em kairós. Ao passar a administrar o tempo e submetê-lo a Deus, seu verdadeiro dono e criador, passo a conviver com ele como uma chance de viver para Deus, de enxergar a graça de Deus em cada minuto passado, presente ou por vir. Passo a viver o tempo kairós sem deixar de viver o tempo cronos.


Tenho 10 minutos para chegar ao trabalho, estou a 100 metros do prédio e o trânsito simplesmente não anda. Nervosismo e desespero? Jamais! O cronos foi transformado por Cristo em kairós. Ele sabe de tudo. Sabe por que o transito não anda, por que estou preso aqui e, como me ama, faz sempre o melhor para mim. Aproveito, então, o tempo que me é concedido como kairós: canto, rezo, ouço músicas ou palestras sobre o Evangelho, rezo o terço, louvo o Senhor da minha vida e do tempo.


Quando vemos o tempo como nosso senhor, como o indomável cronos, lidamos com a raiva que temos dele, lutamos contra ele o tempo todo, vemo-lo como um adversário invencível a quem, cedo ou tarde, teremos que nos submeter se quisermos ser alguém na vida.


Quando o vemos como nosso servo, um presente de Deus para melhor amá-lo e servi-lo, o tempo que percebemos é o kairós, ainda que inserido no cronos. Acolhemo-lo com alegria, enchemo-nos de gratidão para com ele que passa a ser para nós tempo da graça de Deus. Aquele tipo de tempo que a gente deseja nunca acabar: o tempo que mede o amor, a amizade, a oração, o carinho, a ternura, o dar-se ao outro por amor, a compaixão, a solidariedade, a partilha, a piedade.


Embora muitas vezes estraguemos esta percepção, o nascimento de Jesus é, essencialmente, kairós. A observação mais superficial de como o festejamos indicaria exatamente o contrário. O trânsito infernal, a lista de presentes, a preparação da ceia, a corrida para comprar o presente esquecido, a roupa que não foi passada, o sapato novo que prolonga o
martírio, a impaciência, as repetidas olhadelas para o relógio, a correria de uma residência para outra, tudo denuncia o tempo cronos, implacável e indômito senhor a nos fustigar.

Entretanto, em sua essência mais verdadeira, o Natal não deixa de ser um kairós. Um autêntico, profundo e pródigo tempo de graça, tempo da graça de Deus. Toda a graça do Deus Vivo está à nossa disposição. Nele, o Todo Poderoso, se torna um recém nascido. Nele, o Forte se torna frágil, o Rico se torna pobre, o Livre se torna dependente para que nós sejamos livres. Será que é por isso, por nossa rejeição natural a esse abaixamento de Deus, por nosso medo de participar desse tipo de graça de não “ser alguém na vida”que insistimos em abafar esse incomparável kairós, sufocando-o com o nosso cronos?


Maria Emmir Nogueira

Co-fundadora da Comunidade Shalom


A Força da amizade...

Mensagem - Foto

A força da amizade vence todas as diferenças...
Aliás... para que diferenças se somos amigos?

Quando erramos... nos perdoamos e esquecemos
Se temos defeitos... não nos importamos...
Trocamos segredos...
e respeitamos as divergências...
Nas horas incertas, sempre chegamos no momento certo...

Amigos sem cor... sem sexo... sem idade...
Amigo é só amigo...
Nos amparamos...nos defendemos...
sem pedir...
fazemos porque nos sentimos felizes em fazer...

Nos reverenciamos... adoramos... idolatramos... apreciamos... admiramos.
Nos mostramos amigos de verdade,
quando dizemos o que temos a dizer...

Nos aceitamos , sem querer mudanças...
Estamos sempre presente,
não só nos momentos de alegria,
compartilhando prazeres,
mas principalmente nos momentos mais difíceis...

Não tiramos a liberdade...
não sufocamos... não forçamos nossa presença...
Estamos perto quando de nós necessitam...
e ao nos afastarmos ,
respeitamos sempre a individualidade alheia.

A amizade não se força...
Mas tem uma força
que se intensifica a cada instante...
É dessa maneira que sou teu (tua) amigo (a )!!!


O Caminho a verdade e a Vida


+Muitas veredas, um só caminho

Este é o caminho, caríssimos, onde encontramos nossa salvação: Jesus Cristo, o pontífice de nossas oferendas, nosso defensor e arrimo nas fraquezas.

Por ele nossos olhos se voltam para as alturas dos céus; por ele contemplamos, como num espelho, o rosto puríssimo e sublime de Deus; por ele abrem-se os olhos de nosso coração; por ele a nossa inteligência, insensata e obscurecida, desabrocha para a luz; por ele quis o Senhor fazer-nos saborear a ciência imortal, pois sendo ele o esplendor da glória de Deus, foi colocado tão acima dos anjos quanto o nome que herdou supera o nome deles (cf. Hb 1,3.4).

Combatamos, portanto, irmãos, com todas as forças, sob as suas ordens irrepreensíveis.

Consideremos os soldados, que combatem sob as ordens dos nossos comandantes. Quanta disciplina, quanta obediência, quanta submissão em executar o que se ordena! Nem todos são chefes supremos, ou comandantes de mil, cem ou cinqüenta soldados, e assim por diante; mas cada um, em sua ordem e posto, cumpre as ordens do imperador e dos comandantes. Os grandes não podem passar sem os pequenos, nem os pequenos sem os grandes. A eficiência depende da colaboração recíproca.

Sirva de exemplo o nosso corpo. A cabeça nada vale sem os pés, nem os pés sem a cabeça. Os membros do corpo, por menores que sejam, são necessários e úteis ao corpo inteiro; mais ainda, todos se harmonizam e se subordinam para salvar todo o corpo.

Asseguremos, portanto, a salvação de todo o corpo que formamos em Cristo Jesus, e cada um se submeta ao seu próximo conforme o dom da graça que lhe foi concedido.

O forte proteja o fraco e o fraco respeite o forte; o rico seja generoso para com o pobre e o pobre agradeça a Deus por ter dado alguém que o ajude na pobreza. O sábio manifeste sua sabedoria não por palavras, mas por boas obras; o humilde não dê testemunho de si mesmo, mas deixe que outro o faça. Quem é casto de corpo não se vanglorie, sabendo que é Deus quem lhe dá o dom da continência.

Consideremos, então, irmãos, de que matéria somos feitos, quem éramos e em que condições entramos no mundo, de que túmulo e trevas nos fez sair aquele que nos plasmou e criou, para nos introduzir no mundo que lhe pertence, onde nos tinha preparado tantos benefícios antes mesmo de termos nascido.

Sabendo, pois, que recebemos todas estas coisas de Deus, por tudo lhe demos graças. A ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

Da Carta aos Coríntios, de São Clemente I, papa /

(Cap.36,1-2;37-38: Funk 1,107-109-Séc.I)



HÁBITOS

I Cor 5,7

Hábito de ser e viver feliz, ou ser amargo, indesejável, de viver mal humorado.
Hábito de deixar a vida me levar ou de conduzi-la de acordo com os meus sonhos, com os meus planos.
Hábito de surpreender positivamente às pessoas ou negativamente.
Novamente retomo a palavra santa dos lábios de Jesus : “ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”.
Habituar-se a vencer, a crescer, a atingir metas, a realizar planos, enfim, a tudo aquilo que julgamos ser o melhor é sem dúvida o grande desafio.

Caminhar pode se tornar um hábito, basta que para isso eu decida, eu estou diante de meu médico em debito pois ja me disse várias vezes que preciso andar, para o meu próprio bem, agora eu preciso decidir, que pratiquemos a nossa liberdade de escolher as atitudes, comportamentos e caminhos que queremos em nossas vidas assumindo as nossas responsabilidades.


Com minha benção
Pe.Emílio Carlos+
grãozinho de areia.



sábado, 14 de maio de 2011

A missão começa em casa


É dentro de casa que acontece a maior expressão de convivência e de relacionamento fraterno entre as pessoas. É o ambiente familiar o local onde cada indivíduo constrói sua própria identidade, as raízes da sua personalidade e a fonte para estruturar uma melhor ou pior vida social.

No espaço da família, na casa, Deus derrama suas bênçãos, como aconteceu com Zaqueu do Evangelho, que recebeu Jesus em sua residência. Zaqueu ficou muito sensibilizado com a importante visita que quis até mudar de vida. Jesus disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa”.

Na verdade, a salvação não só entrou naquela casa, mas na vida de Zaqueu. Isto é um convite para que aconteça o mesmo em nossa vida. A mudança interior é fundamental para acontecer a missão. É a vida nova a fonte da missão e de ação transformadora.

O mesmo acontece numa eleição, quando elegemos um novo Presidente da República. Uma nova pessoa, que deve garantir esperança para todos os cidadãos. A segurança disto vem de berço, da família, da casa. Não podemos esperar muito de quem não tem. Por isto é importante conhecer a vida familiar do candidato.

É o amor de Deus que confere às pessoas o valor da dignidade para exercerem uma missão com frutos positivos. Amor que exige correspondência e opções concretas no exercício dos compromissos assumidos. Aí estão o estímulo e a força para a missão, as condições para um trabalho concreto.

O que esperamos de quem exerce uma missão é a dignidade, o equilíbrio, o respeito por tudo que ajuda a todos, o bem público etc. Só assim acontece a fertilidade da bênção de Deus. Coisa que não acontece no mundo das injustiças e desonestidades.

Com tudo isto nós conseguimos ver a importância da estrutura familiar, fato que tem sido lamentável nos últimos tempos. A sociedade não está podendo contar mais com a missão que vem de casa. A falta de estrutura familiar tem sido muito grande, deixado os filhos totalmente sem condições para uma cidadania com responsabilidade.




Família: missão de formar “uma só carne”


O matrimônio, que dá origem à família, pode ser olhado de duas maneiras. Quando visto de modo meramente humano, ele não passa de um encontro que homem e mulher tiveram por acaso. Mas, quando olhado a partir da fé, o matrimônio é uma vocação. Esse encontro que homem e mulher tiveram foi querido por Deus. Deus os escolheu um para outro. Deus os chamou para conferir-lhes uma missão. Não existe vocação sem missão.

Homem e mulher, quando se casam, recebem de Deus a missão de formar “uma só carne”, como nos recorda a primeira leitura dessa missa, ou seja, uma comunidade de vida e de amor. É isto o que distingue o matrimônio de qualquer outra comunidade humana. No matrimônio não se vive apenas com o outro. Vive-se para o outro. Aqui se encontra o segredo da felicidade. Viver para o outro significa partilhar o pensamento, as emoções, as alegrias e as tristezas, os sucessos e insucessos. Viver para o outro significa ter paciência com os defeitos, com as limitações do outro. Nunca considera-lo um caso perdido. Crer que o outro pode mudar, transformar-se, amadurecer. Viver para o outro significa reconhecer e apreciar as suas qualidades. Viver para o outro significa também perdoar. Não é fácil. Mas é a única possibilidade de salvar o frágil amor humano e fazer com que ele seja duradouro. Viver para o outro significa olhar o outro não só com olhos, mas, sobretudo com o coração. Olhar com simpatia, amizade, amor. Quando olhamos o outro com o coração, o nosso olhar vai para além das aparências. Penetra no seu interior. Descobre suas qualidades, suas riquezas. Creio que todos conhecem a afirmação de Saint-Exuperi: “Só se vê bem, quando se vê com o coração”.

O viver para o outro produz o contexto adequado para o surgimento da vida. A expressão do Gênesis “uma só carne”, designa também a geração da vida. O filho é uma síntese de seu pai e de sua mãe. Com a geração de uma nova vida, o matrimônio desemboca na família. João Paulo II usou uma expressão muito bela e profunda para designar a sacralidade da família: ela é um santuário. Santuário significa templo, espaço sagrado, lugar onde Deus habita de modo especial. A família é um espaço sagrado, um templo, porque Deus ali está presente. Ela é semelhante à Eucaristia, pois o matrimônio e um sacramento permanente. Deus se torna presente não só no momento em que homem e mulher, diante do altar, se unem pelo sacramento. Esta presença de Deus os acompanha por todos os dias da existência. Jamais eles estão sozinhos.

A família é um santuário porque é o contexto mais adequado, querido por Deus, para o surgimento e desenvolvimento da vida. Deus é o Deus da vida. Criou o ser humano para ser um servidor da vida, que é um dom sagrado. Por isso mesmo, aquele espaço onde a vida surge, onde ela é protegida e desenvolvida, merece o nome de santuário, de espaço sagrado. Casar é, pois, fazer uma opção pela vida. É tornar-se, num sentido concreto e profundo, um servidor da vida.

Dom Benedito Beni dos Santos

Bispo Diocesano de Lorena

Casamento, do fracasso à vitória


Hoje costuma-se dizer que a familia fracassou, que a instituição familiar como se conhece “tradicionalmente” esta falida. E com base nessa afirmação vão se criando opções e conceitos “novos” de familias, assim também o divorcio passa a ser cada vez mais uma característica dessa “novidade” de conceitos e até mesmo um sinal de modernidade. E a conseqüência disso é clara, pois quando passamos a acreditar no divorcio passamos a desacreditar do casamento, da familia.

O Padre Cormac Burke no livro Amor e Casamento diz o seguinte:

“O casamento é, obviamente, uma das tendências mais naturais da natureza humana. Ora, se é assim, parece difícil imaginar que, em circunstâncias normais, seja natural que o casamento fracasse. Se tantos casamentos fracassam hoje em dia, talvez seja porque as circunstâncias que cercam o matrimônio já não são normais. Ao invés de o casamento estar fracassando para o homem, não será o homem que vem fracassando em relação ao casamento? Não sera que o erro, ao invés de residir no casamento, reside no homem moderno, e mais especialmente no modo como ele encara o casamento?”

São muito perspicazes essas palavras, pois elas remetem a responsabilidade do “fracasso” do casamento ao homem e não a instituição matrimonial. Não é o casamento ou a familia que tem fracassado para o homem de hoje, mas é o homem com sua “nova” maneira de ver, com suas diversas linhas de pensamentos, ideologias, modas, que tem fracassado para o matrimônio.

A não falência, o não fracasso do casamento é algo até óbvio, pois nossa fé Católica nos ensina que o matrimônio é uma Instituição Divina, é um sacramento, é um sinal visível da graça invisível de Deus, ou seja, antes de ser algo natural, porque faz parte da natureza humana, o matrimônio é Vontade de Deus, a familia é uma Instituição Divina, e o que é Vontade de Deus não pode fracassar, não pode falhar!

O matrimônio sendo um sacramento deve ser sinal do que ele representa: o amor de um homem por uma mulher assim como a geração de filhos, são sinais visíveis, palpáveis do Amor de Deus pelo homem, a aliança que homem e mulher fazem diante do altar é um sinal da Aliança de Amor que o Senhor fez com o homem no altar da Cruz.

Ora, sabendo que “nada pode nos separar do amor do Senhor”(Rm 8, 35), sabendo que o Amor de Deus pelo homem não fracassou, é claro que o matrimônio não é uma Instituição falida ou fracassada, mesmo que pesquisas digam o contrario.

Se o teu casamento esta, aparentemente, fracassado, falido, se você esta querendo desistir da tua familia, existe uma solução: Deus! Ele é a origem, ele é o Doador desse Dom, volte-se para Ele.

Se você tem visto que a tua familia esta um caos, clame o Espírito Santo, pois como nos diz a Palavra do Senhor:


“A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.” (Gn 1, 2)


Clame ao Espírito Santo pedindo a Ele que venha ordenar o que esta desordenado no seio de tua familia, pois o Espírito Santo tem o poder de renovar o teu matrimônio e essa renovação da tua familia começa com a renovação em você!



Dia das Mães...


Como prescreve a clássica tradição dos homens a chegada do segundo domingo de maio traz consigo a figura da mãe, e com essa data vem logo à mente o conhecido ditado popular: “Mãe é uma só”.

Comemorar o dia das mães na atualidade é para o comércio uma oportunidade a mais para aumentar suas vendas e ganhos materiais, e favorecido pelas hábeis e eficazes ferramentas publicitárias repete o mesmo sucesso econômico do Natal, da Páscoa, do Dia dos Namorados, do Dia dos Pais, do Dia das Crianças, etc…

Ninguém mais duvida que o mundo consumista moderno é capaz de instrumentalizar as pessoas, fazendo-as peças de uma grande máquina de produtividade, até mesmo quando algumas dessas pessoas têm essa singularidade especial: mãe, uma só mãe, única mãe, querida e amada como uma pessoa inesquecível na vida dos filhos.

Contudo não é só o mundo consumista que instrumentaliza o ser humano, mas sobretudo o mundo da cultura promovida por grupos e organizações internacionais que consideram a maternidade uma situação de injustiça social para a mulher.

‘Mulher-mãe é uma só-fredora’ – o trocadilho não é forçado, mas indispensável dentro do tema –, pois ela limita-se na sua feminilidade, no seu caráter, no seu modo de ser, de pensar ou de viver como mulher emancipada, livre, realizada social e profissionalmente, se ela se decidir pela maternidade responsável e querer ter os filhos segundo um projeto de Deus para a sua família, sem deixar de viver os seus projetos pessoais.

Tantas mulheres conseguem conjugar uma intensa vida profissional, social e cultural, com a sua profunda vida de esposa, mãe e administradora do lar sem se sentirem limitadas.

O consumismo e essa visão reducionista da mulher são dois fenômenos estreitamente unidos entre si, uma vez que o objetivo comum de ambos é a exaltação do puramente material, seja um vestido, um colar, uma profissão, um celular, seja o corpo feminino ou a potencialidade biológica.

A tendência do radical e capilar feminismo que se está injetando nas mentes das mulheres nas últimas décadas é particularmente perigoso para elas próprias e para a sociedade atual e futura.

É o perigo da permanência de um mundo ainda machista, mais degradante do que o anteriormente criado por aqueles homens que, com uma visão míope, só enxergavam a mulher como corpo-objeto e como uma peça indispensável do bom funcionamento da “máquina-casa”.

Há, portanto, uma sombra de machismo presente na cultura do feminismo radical, que se formou a partir de uma projeção exagerada da importância da igualdade dos sexos e que acabou sendo uma enorme e pesada carga sobre as mulheres, que elas acabam levando sozinhas, sem comprometer os homens.

Este fenômeno da hiper-valorização das mulheres não só fora do lar, mas também fora das suas realidades e qualidades próprias, como são: ser esposa, ser mãe, ser administradora, ter uma presença doce e terna, ver com raciocínio direto e pormenorizado, favorecer a união e a concórdia, viver a fortaleza do amor com a suavidade do gênio feminino, etc., conduziu muitas delas para uma situação social sombria.

As mulheres estão sendo deixadas sozinhas pelos homens, estão sendo abandonadas como objetos descartáveis, e não são necessárias estatísticas sobre o divórcio, sobre famílias monoparentais, sobre idosas abandonadas pela família e que vivem só com acompanhantes, comprovando assim a tese do machismo criado pelo juízo de valor distorcido dado pelo feminismo exagerado à mulher de hoje.

Os homens estão cada vez mais descomprometendo-se com a sua responsabilidade familiar e social diante da mulher, e o que é pior muitos homens ainda não conseguem admirar a beleza do feminino e continuam enxergando só a perfeição estética feminina e a presença utilitária da mulher ao seu lado. Como poderão ser esposos fiéis, pais dedicados aos filhos, administradores de suas casas, responsáveis pela vida familiar, se suas mulheres consideram-se super-eficientes, super-capazes e super-bonitas fisicamente… em resumo: super-vendáveis?

No casamento, na família, na sexualidade, esse feminismo radical e capilarmente presente na formação das meninas, das adolescentes, das jovens universitárias, vai necessitando cada vez mais de direitos e de leis, muitas vezes contrárias à dignidade e ao papel da mulher na sociedade e no mundo, para que se mantenha um conceito consumista: ser mulher é ser um produto de primeira qualidade premiado nos mais conhecidos concursos ou leilões.

Os assim chamados direitos sexuais reprodutivos, as leis que pretendem estabelecer cotas de mulheres na política e nas empresas, o falso direito ao próprio corpo ou, mais cruelmente, direito a matar o filho dentro do seu seio, os projetos de leis a favor da profissionalização da prostituição ou, mais claramente, à continuidade do comércio feito por homens e mulheres insensíveis ao verdadeiro valor dessas pessoas assim exploradas, o direito que querem dar à livre distribuição de pílulas, de preservativos, o fácil acesso à laqueadura de trompa e à reprodução independente… e tantos outros direitos e projetos de leis, que só vão confirmando a presença de uma cultura feminista ‘anti-mulher’, destruidora da família e da sociedade.

Essa anti-feminilidade presente em muitas propostas desenvolvidas por organismos governamentais e não-governamentais está impedindo ver os dons especificamente femininos presentes nas mulheres, especialmente aqueles que as tornam pessoas, mais atentas e melhores cuidadoras dos outros seres humanos, especialmente daqueles mais vulneráveis.

Daí que a sabedoria presente no ditado popular: ‘Mãe é uma só’ poderia desabrochar num outro dito: ‘Mulher é uma só-lidária’, é a pessoa que no mundo de ontem, de hoje e de sempre, solidifica as relações humanas com sua ternura, sua agudeza de espírito, sua fortaleza no amor e sua presença maternalmente atenciosa e esperançosa.

A comemoração do Dia das Mães reclama na atualidade uma reflexão mais profunda e séria sobre o que é o verdadeiro feminismo e sobre a missão da mulher e da mãe para a família e para a sociedade, pois quem não souber exatamente quem é a mulher nos planos de Deus jamais saberá compreender suficientemente o que é a maternidade em todas as dimensões.

Essa será sempre a missão da Igreja Católica, especialmente num mundo consumista preocupado em ‘vender’ uma imagem da mulher totalmente desfigurada. Como ela é Mãe dos homens e Esposa de Cristo Redentor, a Igreja fundada por Jesus Cristo sobre a pedra de Pedro enaltece e destaca no Dia das Mães o gênio feminino tão necessário e primordial para a história da humanidade.

O recente Beato João Paulo II, Papa das famílias e da juventude, mencionou o papel fundamental de Maria de Nazaré para a história dos homens quando interpretou as seguintes palavras saídas da sua boca na Visitação a Isabel. “Grandes coisas fez em mim o Todo-Poderoso” (Lc 1,49). Escreveu o Beato Papa: “Estas se referem certamente à concepção de Filho, que é ‘Filho do Altíssimo’ (Lc 1,32), o ‘santo’ de Deus; conjuntamente, porém, elas podem significar também a descoberta da própria humanidade feminina”.

Porém, continua interpretando essa afirmação no sentido de enriquecer ainda mais a feminilidade das mães: “‘grandes coisas fez em mim’: esta é a descoberta de toda riqueza, de todos os recursos pessoais da feminilidade, de toda eterna ‘originalidade’ da mulher, assim como Deus a quis, pessoa por si mesma, e que se encontra contemporaneamente por um dom sincero de si mesma. (…) Em Maria, Eva redescobre qual é a verdadeira dignidade da mulher, da humanidade feminina. Esta descoberta deve chegar continuamente ao coração de cada mulher e plasmar a sua vocação e a sua vida”.

(cf. carta Apostólica Mulieris Dignitatem, Beato João Paulo II, 15.VIII. 1988, n. 11)


Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro





Conflitos Matrimoniais...


Podemos resumir todos os conflitos matrimoniais à seguinte encruzilhada no casal: não estarem de acordo em algum ponto ou em vários pontos. Em outras palavras podemos dizer que os conflitos matrimoniais se dão pelo conflito de razões: um diz ter razão (em fazer aquele plano, fazer aquela compra, tomar aquela decisão, ter aquela atitude, etc.) e outro que diz que ele ou ela não tem razão.

O que podemos dizer a este respeito?


1. A divergência de ponto de vista sempre existirá: isto é assim porque somos diferentes.

2. Em quaisquer que sejam as divergências, um princípio básico da relação matrimonial é que o primeiro bem a ser procurado, onde todos os outros ficam em segundo lugar, é a unidade, a união entre os cônjuges. Em outras palavras, o princípio básico e fundamental da convivência matrimonial é este: “tudo pela união!”

2. Nas divergências que ocorrem entre os cônjuges, algumas delas, em casos bem raros, diria 1%, estarão em jogo questões gravíssimas. Nestas, de fato, não se pode ceder.

3. Em outros casos, diria que 4%, as questões não são gravíssimas, mas são graves. Nestas, haverá casos em que se pode ceder.

4. No restante dos casos, diria 95%, as questões não tem tanta transcendência. Nestes casos, deve prevalecer, sem nenhuma dúvida o princípio de “tudo pela união” e se costuma dizer que a pessoa melhor, a pessoa mais generosa, deve ceder. Não vale dizer que o outro cônjuge é o melhor, é o mais generoso. Nós é que temos que assumir ser o cônjuge mais generoso.

Tendo em vista estas considerações, podemos dizer o seguinte:


1. Não há conflito matrimonial se se sabe ceder em favor do outro. Como há poucas questões gravíssimas que aparecem na vida do casal, a atitude de ceder deve ser muitíssimo frequente. Isto é assim, pois a maior parte das questões são opináveis, pode-se tanto ir para um lado como para o outro.

2. Ver se não há algum defeito que está nos impedindo de ceder: egoísmo (buscar a satisfação do seu gosto, da sua vontade), orgulho (gera a tirania, gera o braço de ferro, a má competição com o outro cônjuge), insegurança (gera, entre outros defeitos, o ciúme doentio), apego às coisas terrenas, perfeccionismo (querer que o outro cônjuge seja perfeito, esteja num nível muito alto de virtude), etc.

3. O amor avança quando ambos estão continuamente vendo qual é o próximo ponto que podem ceder. Combinar frequentemente com o outro cônjuge: “então eu vou ceder nisto e você vai ceder neste outro ponto”.

4. O amor emperra quando ambos ou um dos dois param de ceder, acham que não tem nenhum ponto que ceder.

5. Saber valorizar o pequeno esforço que o outro cônjuge faz para ceder, para melhorar.

6. A lógica do amor é também a lógica de agradar o outro cônjuge, fazer coisas que o outro cônjuge vai adorar. Este lado positivo do amor nunca pode parar. Talvez por isso, pela sua falta, se caia no lado negativo da relação: os conflitos.

7. Ajuda muitíssimo a oração, a união com Deus. A oração nos eleva, nos faz respirar o ar puro das alturas, nos leva a sair do ar poluído da superfície terrena, nos leva a olhar os problemas do alto da montanha e no alto da montanha tudo que está lá em baixo é bastante pequeno, não é aquele monstro que parecia quando estávamos ao rés da terra.

Pe. Paulo Monteiro Ramalho

Ordenado em 1993. Formado em engenharia civil pela Escola Politécnica da USP (1987), doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce (1993)


É preciso defender com coragem a verdade e a fé, diz Bento XVI

Da Redação, com Rádio Vaticano


AP
Cerca de 200 mil pessoas participaram da Santa Missa com Bento XVI, neste domingo, 8, na cidade de Mestre, na Itália
No segundo dia da visita do Papa Bento XVI ao nordeste da Itália, o Santo Padre visitou na manhã deste domingo, 8, a cidade de Mestre, onde presidiu a Santa Missa no Parque San Giuliano.

Na celebração, Bento XVI exortou os cristãos do antigo Patriarcado de Aquileia a dar esperança à modernidade e a superar os medos do que é novo nas novas condições sociais e politicas do nosso tempo. Caso contrário "existe o risco de perder a enraizada identidade cristã destas terras".

Participaram da Santa Missa, o Presidente da Câmara de Veneza, dois ministro do governo italiano, além de 200 mil pessoas.

Em conformidade com o lema desta viagem pastoral: “Tu confirma a nossa fé”, Bento XVI sublinhou na homilia, o seu desejo de fortalecer cada um na fidelidade ao Evangelho e num renovado empenho missionário”:

“Vim até ao meio de vós como Bispo de Roma e continuador do ministério de Pedro, para vos confirmar na fidelidade ao Evangelho e na comunhão. Vim para partilhar com os Bispos e Presbíteros a ânsia do anúncio missionário, que nos deve envolver a todos…”

Recordando que os pastores e fiéis presentes na celebração proveem duma extensa zona a nordeste da península italiana, representando “as comunidades eclesiais nascidas da Igreja – mãe de Aquileia”, o Santo Padre sublinhou a necessidade de, hoje como outrora, promover a vitalidade e a unidade da fé, na sua verdade:

“Como no passado, quando aquelas Igrejas se distinguiram pelo fervor apostólico e pelo dinamismo pastoral, também hoje há que promover e defender com coragem a verdade e a unidade da fé”. Há que dar contas ao homem moderno da esperança cristã, tantas vezes enredado em amplas e inquietantes problemáticas que põem em crise os próprios fundamentos do seu ser e do seu agir.

Comentando o Evangelho do dia, Bento XVI observou que, como os discípulos de Emaús, é preciso “deixar-se instruir por Jesus: antes de mais, escutando e amando a Palavra de Deus, lida à luz do Mistério Pascal, para que aqueça o nosso coração e ilumine a nossa mente, e nos ajude a interpretar os acontecimentos da vida, dando-lhes um sentido”. É preciso também “sentar-se à mesa com o Senhor, tornar-se seus comensais, para que a sua presença humilde no Sacramento do seu Corpo e do seu Sangue nos restitua o olhar da fé, para encarar tudo e todos com os olhos de Deus, à luz do seu amor”.

“Mesmo um povo tradicionalmente católico pode advertir em sentido negativo, ou assimilar quase inconscientemente, o contágio de uma cultura que acaba por insinuar um modo de pensar no qual se recusa abertamente, ou se contrasta indirectamente a mensagem evangélica.”

O Santo Padre recordou ainda que ao redor de Aquileia se encontram povos de diversas línguas e culturas, "numa convergência favorecida não só por exigências políticas mas fruto sobretudo da fé em Cristo e da civilização inspirada pelo ensinamento evangélico”, o Papa convidou as Igrejas de toda esta vasta região, a uma comunhão de vida humana e cristã que supere as fronteiras e se preocupe pelas condições de vida das pessoas, dos povos, das sociedades:

“As igrejas geradas por Aquileia estão hoje em dia chamadas a reforçar aquela antiga unidade espiritual, em particular à luz do fenômeno da imigração e das novas circunstâncias geopolíticas em curso. A fé cristã pode sem dúvida contribuir para a consistência concreta desse programa, que diz respeito ao desenvolvimento harmônico e integral do homem e da sociedade em que se vive.

A minha presença no meio de vós pretende ser um vigoroso apoio aos esforços desenvolvidos para favorecer a solidariedade entre as vossas dioceses… Quer ser um encorajamento a todas as iniciativas que visam superar aquelas divisões que poderiam destruir as aspirações à justiça e à paz”.



Catequese de Bento XVI sobre oração (2)

Boletim da Santa Sé
Tradução: Nicole Melhado - Equipe CN


Caros irmãos e irmãs,

Hoje gostaria de continuar a reflexão sobre como a oração e o sentido religioso fazem parte do homem ao longo de sua história.

Nós vivemos numa época na qual são evidentes os sinais do secularismo. Deus parece ter desaparecido do horizonte de muitas pessoas ou se tornou uma realidade indiferente. Vemos, porém, ao mesmo tempo, muitos sinais que nos indicam um despertar do sentimento religioso, um redescoberta da importância de Deus na vida do homem, uma exigência espiritual que supera uma visão somente horizontal, materialista na vida humana.

Olhando para a história recente, vemos que a previsão do desaparecimento das religiões e da exaltação da razão absoluta separada da fé, da época do Iluminismo, falhou; uma razão que dissiparia a escuridão do dogmatismo religioso e teria dissolvido o "mundo do sagrado," restituir ao homem a sua liberdade, sua dignidade e sua independência de Deus.

A experiência do século passado, com as duas trágicas Guerras Mundiais colocou em crise aquele progresso da razão autônoma que o homem sem Deus parecia poder garantir.

O Catecismo da Igreja Católica afirma: “Pela criação, Deus chama todo ser do nada à existência... Mesmo depois de ter perdido a semelhança com Deus por seu pecado, o homem continua sendo um ser feito à imagem de seu Criador. Ele conserva o desejo daquele que o chama à existência. Todas as religiões testemunham essa procura essencial dos homens” (n. 2566).

Podemos dizer – como mostrei na catequese passada – que não houve nenhuma grande civilização, dos tempos mais longínquos até os nossos dias, que não foi religiosa.

O homem é por natureza religioso, é homo religiosus, como é homo sapiens e homo faber: “O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus” (n. 27).

A imagem do Criador está impressa no seu ser e ele sente necessidade de encontrar uma luz para dar resposta às perguntas que permanecem no sentido profundo da realidade; resposta que ele não pode encontrar em si mesmo, no progresso, na ciência empírica. O homo religiosus não emerge somente dos mundos antigos, ele atravessa toda a história da humanidade. Neste propósito, o rico terremo da experiência humana viu surgir várias formas de religiosidade, na tentativa de responder o desejo da plenitude e da felicidade, a necessidade de salvação, a busca por sentido.

O homem “digital” como aquele das cavernas, busca na experiência religiosa as vias para superar seus limites e para assegurar a sua precária aventura terrena. De resto, a vida sem um horizonte transcendente não haveria sentido completo e a felicidade, a qual todos buscamos, é projetada espontaneamente para o futuro, num amanhã ainda a se cumprir.

O Concílio Vaticano II, na Declaração Nostra Aetate [Nossa época] , ressaltou sinteticamente: “Os homens esperam das diversas religiões resposta para os enigmas da condição humana, os quais, hoje como ontem, profundamente preocupam seus corações: a natureza do homem (quem sou eu?), o sentido e a finalidade da vida, o bem e o pecado, a origem da dor, o caminho para alcançar a felicidade verdadeira, a morte, o juízo e a retribuição depois da morte, e finalmente, que mistério último e inefável envolve a nossa existência, do qual vimos e para onde vamos” (n. 1).

O homem sabe que não pode responder sozinho às próprias necessidade fundamentais de compreender. Enquanto está iludido e se iluda acreditando ser autossuficiente, ele faz a experiência de não bastar a si mesmo. Tem necessidade de abrir-se a algo, a qualquer coisa ou a alguém que possa doar-lhe aquilo que lhe falta, deve sair de si mesmo para ir para Aquele que seja capaz de preencher a amplitude e a profundidade de seu desejo.

O homem tem em si uma sede de infinito, uma nostalgia da eternidade, uma busca pela beleza, um desejo pelo amor, uma necessidade de luz e de verdade, que o impulsiona para o Absoluto; o homem tem em si o desejo por Deus. O homem sabe que, de qualquer modo, pode voltar-se a Deus, sabe de pode rezar para Ele.

São Tomás de Aquino, um dos maiores teólogos da história, define a oração como “expressão do desejo que o homem tem de Deus”. Esta atração por Deus, que o próprio Deus colocou no homem, é a alma da oração que depois se reveste de muitas formas e modalidades segundo a história, o tempo, o momento, a graça e a influência do pecado de cada um que ora.

A história do homem conheceu, de fato, várias formas de oração, porque o homem desenvolveu várias modalidades para se abrir ao Outro e ao Além, tanto que podemos reconhecer a oração como uma experiência presente em cada religião e cultura.

De fato, caros irmãos e irmãs, como vimos na quarta-feira passada, a oração não é ligada a um contexto particular, mas se encontra inscrita no coração de cada pessoa e de cada civilização. Naturalmente, quando falamos da oração como experiência do homem como tal, do homo orans, é necessário ter presente que essa é uma atitude interior, antes que uma séria de práticas e fórmulas, um modo de estar diante de Deus antes que um o cumprimento de atos de culto ou o pronunciação de palavras.

A oração tem no seu centro e aprofunda suas raízes no mais profundo da pessoa; por isso não é facilmente decifrável e, por este mesmo motivo, pode ser sujeita a mal-entendidos e a mistificações. Também nesse sentido podemos entender a expressão: rezar é difícil. De fato, a oração é um lugar para a excelência da gratidão, da atenção para o Invisível, Inesperado e Inefável. Por isso, a experiência da oração é para todos um desafio, uma “graça” de invocar, um dom Daquele ao qual nos voltamos.

Na oração, em cada época da história, o homem coloca si mesmo e sua situação diante de Deus, a partir de Deus, e em relação a Deus, e experimenta ser criatura necessitada de ajuda, incapaz de procurar em si o sentido da própria existência e da própria esperança.

O filósofo Ludwig Wittgenstein recorda que “rezar significa sentir que o sentido do mundo está fora do mundo”. Na dinâmica deste relacionamento com quem dá sentido a existência, com Deus, a oração tem uma das suas típicas expressões no gesto de colocar-se de joelhos. É um gesto que tem em si uma radical ambivalência: na verdade, eu posso ser forçado a se ajoelhar - uma condição de pobreza e escravidão - mas eu posso descer espontaneamente, declara o meu limite e, portanto, a minha necessidade de um Outro.

A Ele declaro ser fraco, necessitado, “pecador”. Na experiência da oração, a criatura humama exprimi toda a consciência de si, todo aquilo que possa acolher a própria existência e, contemporaneamente, envolver si mesmo para Aquele que se está a diante, orienta a própria alma àquele Mistério do qual se espera o comprimento dos desejos mais profunfos e a ajuda para superar a pobreza da própria vida. Neste olhar a um Outro, neste dirigir-se, está a essencia da oração, como experiência de uma realidade que supera o sensível e o contingente.

Toda via, somente em Deus que se releva é possível encontrar pleno cumprimento a busca do homem. A oração que é abertura e elevação do coração a Deus, se torna, assim, relacionamento pessoal com Ele. E também se o homem esquece o seu Criador, o Deus vivo e verdadeiro não cansa de chamar por primeiro o homem ao misterioso encontro da oração.

Como afirma o Catecismo: “Essa atitude de amor fiel vem sempre em primeiro lugar na oração; a atitude do homem é sempre resposta a esse amor fiel. A medida que Deus se revela e revela o homem a si mesmo, a oração aparece como um recíproco apelo, um drama de Aliança. Por meio das palavras e dos atos, esse drama envolve o coração e se revela através de toda a história da salvação” (n. 2567).

Caros irmãos e irmãs, aprendamos a permanecer mais diante de Deus, aquele Deus que se revelou em Jesus Cristo, aprendamos a reconhecer no silêncio, no íntimo de nós mesmo, a sua voz que nos chama e nos reconduz à profundidade da nossa existência, à fonte da vida, à fonte de salvação, para fazer-nos andar ao limite da nossa vida e abrir-nos à medida de Deus, ao relacionamento com Ele, que é Amor Infinito. Obrigado.





Ao final da Catequese, o Papa dirigiu uma especial saudação a um grupo de peregrinos brasileiros

Queridos irmãos e irmãs,

Dando continuidade à reflexão sobre a oração, iniciada na semana passada, lembro que o homem é um ser religioso por natureza. Ele sente necessidade de sair de si mesmo ao encontro d’Aquele que é capaz de plenificar a grandeza e a profundidade do seu desejo: o homem tem em si o desejo de Deus. E, o homem sabe que pode dirigir-se a Deus, sabe que Lhe pode rezar. São Tomás de Aquino define a oração como «expressão do desejo que o homem tem de Deus». Esta atração, que o próprio Deus colocou no homem, é a alma da oração que depois se reveste de muitas formas e modalidades.

Na dinâmica desta relação com Deus que dá sentido à existência, a oração tem uma das típicas expressões no gesto de ajoelhar, declarando ter necessidade d’Ele. Assim, a oração, que é abertura e elevação do coração a Deus, se torna relação pessoal com Aquele que nunca se esquece do homem, tomando Deus a iniciativa de chamá-lo ao misterioso encontro da oração.

Amados peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! A todos saúdo com grande afeto e alegria, particularmente aos fiéis brasileiros vindos das paróquias em Goiânia e Teresópolis, e aos grupos da Família Franciscana e de Schoenstatt. Aprendei a reconhecer no vosso íntimo a voz de Deus que, na oração, chama à profundidade da vossa existência, à fonte da vida e da salvação. Que Ele vos abençoe a vós e as vossas famílias!


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