23,9 mil jovens foram ouvidos pela Secretaria dos Direitos Humanos. Os dados mostram que a grande maioria deles não tem garantidos nenhum de seus direitos fundamentais.
A violência doméstica e o uso de drogas são os principais motivos que levam crianças e adolescentes às ruas. De acordo com o censo da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), cerca de 70% das crianças e adolescentes que dormem na rua foram violentados dentro de casa. Além disso, 30,4% são usuários de drogas ou álcool. A pesquisa ouviu 23,9 mil crianças e adolescentes de 75 cidades do país com mais de 300 mil habitantes e que morassem nas ruas.
A maior parte (32,2%) dessas crianças e adolescentes tiveram brigas verbais com outros membros da família, e 30,6% delas foram vítimas de violência física. Outros 8,8% sofreram algum tipo de abuso sexual. Fugir de casa, para eles, é uma saída para tentar buscar a liberdade, mas que acaba os levando ao mundo das drogas ou os coloca em situações degradantes.
A pesquisa aponta que a maior parte dessas crianças não tem garantidos seus direitos fundamentais. 64,8% deles não possuem documento de identificação, e 76,7% não recebeu educação o suficiente para saber ler ou escrever. O relatório aponta também a existência de discriminação contra esses jovens: 36,8% já foram proibidos de entrar em algum estabelecimento comercial, e 31,3% foram barrados ao tentar utilizar o serviço de transporte público.
A situação fica ainda mais grave porque pelo menos 6,5% dessas quase 24 mil crianças e adolescentes, que não possuem nenhum registro oficial, foram proibidas de emitir um documento, como a carteira de identidade.
A população de crianças e adolescentes em situação de rua é predominantemente do sexo masculino (71,8%), com idade entre 12 e 15 anos (45,13%). A maior parte deles (58,3%) só trabalha nas ruas, mas volta para casa à noite, mas 23,2% dormem nas próprias calçadas ou embaixo de pontes e apenas 2,9% apelam a instituições de acolhimento.
O fato curioso é que 60,5% dos que voltam para suas casas mantêm vínculos familiares, e 55,5% classificam sua relação com a família como boa ou muito boa. Por trabalharem nas ruas, porém, 79,1% desses jovens não concluíram o primeiro grau, e 8,8% nunca estudaram.
A renda que essas crianças e adolescentes conseguem com o trabalho nas ruas também é baixa: 40,3% vivem com menos de R$80,00 semanais. Quanto à raça declarada, 49,2% deles se dizem pardos ou morenos, enquanto 23,8% se consideram brancos e 23,6% negros.
As atividades mais comuns para gerar renda são a venda de produtos de pequeno valor, como balas e chocolates, o trabalho de “flanelinha”, a atividade de engraxate e a separação de material reciclável. 99,2% deles pede dinheiro ou alimentos aos passantes, e apenas 65,2% consegue algum dinheiro desenvolvendo uma dessas atividades.
7,3% dos entrevistados estavam nas ruas acompanhados dos pais e parentes ambulantes, ajudando-os a obter renda. A maioria desses jovens, porém, trabalha pelo próprio sustento (52,7%), enquanto que 43,9% trabalham para ajudar a família.De acordo com a pesquisa, 6,8% pedem esmola ou trabalham na rua porque “não têm o que fazer em casa” e 6,3% porque “é mais divertido ficar na rua”.
De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos, o relatório completo deve ser divulgado na próxima semana. Além disso, a SDH e o Ministério do Desenvolvimento Social apresentarão ações e políticas públicas específicas para essa população.
Fonte: Redação revista Época, com Agência Brasil.
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!" (2 Tm 3,1-5)
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