Leonardo Meira
Da Redação, com informações do Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé (tradução de CN Notícias)
Os participantes da XVI Assembleia Ordinária do Conselho Superior das Pontifícias Obras Missionárias (POM) foram recebidos em audiência pelo Santo Padre na manhã deste sábado, 14, na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano.
A condição fundamental para o anúncio evangelizador é "agarrar-se completamente a Cristo. O mensageiro do Evangelho deve permanecer sob o domínio da Palavra e deve alimentar-se dos Sacramentos: é dessa seiva vital que dependem a sua existência e o seu ministério missionário", explicou Bento XVI.
O Pontífice também ressaltou os novos problemas e escravidões que surgem tanto nos países do chamado primeiro mundo quanto nos de economia emergente. "A Igreja deve renovar constantemente o seu empenho de levar Cristo, de prolongar a sua missão messiânica para o advento do Reino de Deus, Reino de justiça, de paz, de liberdade, de amor. Transformar o mundo segundo o projeto de Deus com a força renovadora do Evangelho, 'para que Deus seja tudo em todos' (I Cor 15,28) é missão de todo o Povo de Deus", disse.
Nesse sentido, é necessário continuar a obra de evangelização com renovado entusiasmo para levar os homens à liberdade de filhos. No entanto, somente é possível um decidido compromisso com a evangelização se cada cristão crê verdadeiramente que a Palavra de Deus é a verdade salvífica da qual cada homem, em todas as épocas, tem necessidade. "Se esta convicção de fé não está profundamente enraizada na nossa vida, não poderemos sentir a paixão e a beleza de anunciá-la", advertiu.
Evangelização
O Bispo de Roma ressaltou que cada cristão deveria tomar para si a urgência de trabalhar para a edificação do Reino de Deus, pois é para isso que tende tudo na Igreja. É daí que surge a necessidade de disseminar em todas as áreas da vida eclesial a dimensão missionária: "A Igreja é missão", sublinhou.
Somente lançando raízes profundas em Cristo pode-se resistir à tentação de "reduzir a evangelização a um projeto somente humano, social, escondendo ou silenciando a dimensão transcendente da salvação oferecida por Deus em Cristo. É uma Palavra que deve ser testemunhada e proclamada explicitamente, porque sem um testemunho coerente a Palavra torna-se menos compreensível e credível", alertou.
Ainda quando se sente-se incapaz, é preciso conservar a certeza no poder de Deus, "que coloca o seu tesouro 'em vasos de barro' exatamente para que apareça que é Ele a agir por meio de nós", evidenciou.
"O ministério da evangelização é fascinante e exigente: requer amor para o anúncio e o testemunho, um amor tão total que pode ser assinalado também pelo martírio. A Igreja não pode fazer menos da sua missão de levar a luz de Cristo, de proclamar o alegre anúncio do Evangelho, também se isso comporta perseguição. É parte da sua própria vida, como o foi para Jesus. Os cristão não devem ter temor, ainda que sejam atualmente o grupo religioso que sofre o maior número de perseguições por motivo da própria fé", apontou.
POM
O Papa definiu o trabalho das POM como "preciosa obra de animação e cooperação missionária", que lembra ao Povo de Deus a necessidade de anunciar a "grande Esperança" de que Deus possui um rosto humano e nos ama particularmente.
Segundo o Papa, as POM permanecem um instrumento privilegiado para a cooperação missionária e para uma profícua partilha de pessoas e recursos financeiros entre as Igrejas. "A vossa obra é preciosa para a edificação da Igreja, destinada a tornar-se a 'casa comum' de toda a humanidade", finalizou.
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