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sexta-feira, 9 de julho de 2010

15º Domingo do Tempo Comum - C

15º Domingo do Tempo Comum - C

“Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando se manifestar a vossa glória”
(cf. Sl 16,15)


Meus queridos Irmãos,

Estamos vivendo o tempo comum. A liturgia deste dia do Senhor nos fala do amor ao próximo e da solidariedade. Um bom conselho vale mais do que ouro. Para os teólogos deuteronomistas a Lei de Moisés era um inigualável tesouro de sabedoria, um rumo seguro para a vida, em todas as circunstâncias. Para tê-la sempre diante dos olhos, deviam colocá-la numa faixa, na testa. Os deuteronomistas enfrentavam um tempo de afrouxamento em Israel, mais ou menos como nós, hoje. A quem achava as orientações de Deus, na Lei, bastante difíceis, Deuteronômio responde: “Não é verdade, A Lei não é coisa do outro mundo, ninguém a precisa procurar no céu ou no inferno”.

Caros irmãos,

A Primeira Leitura(cf. Dt. 30,10-14) nos ensina que o mandamento de Deus não é inalcançável. Deus tornou Israel seu povo, não por ser este importante, mas por amor e fidelidade à sua promessa(cf. Dt 7,7-8). O amor de Deus para Israel não tem explicação, mas conseqüências sim: Israel deve amar a deus com todas as suas forças(cf. Dt 6,4-5). Deve escutar sua voz e não afastar-se de suas orientações: e, quando isso acontecer, deve “voltar”. Israel diz que a Lei é difícil. Javé responde que não: não é coisa de um outro mundo. Está perto, ao alcance de quem ama a Deus.

A Segunda Leitura(cf. Cl 1,15-20) é um hino cristológico. A Carta aos Colossenses responde à introdução de falsas doutrinas na comunidade. Alguns ensinam que além de Cristo se devem venerar também outros seres transcendentes, como o espiritismo e a sua falácia. É difícil ser livre! Por isso, São Paulo realça o lugar central exclusivo de Cristo. A Redenção por sua vida, dada até a morte, só a compreenderemos bem quando conscientes de que ele é também o criador. Ele assume nossa vida e nosso mundo não por fora, mas por dentro. No íntimo do ser homem, ele vive a plenitude de ser Deus. Quando todos chegarem a esta plenitude, a criação estará completa.

Irmãos e Irmãs,

O caminho sinuoso, pedregoso, que ia de Jerusalém a Jericó, em apenas 28 km descia mil metros, Jericó, uma das mais velhas cidades do mundo, está a 350 m abaixo do nível do mar, formando um oásis numa região desértica.(cf. Evangelho de Lucas 10,25-37)

O caminho entre Jericó e Jerusalém era conhecido pelos assaltos. O deserto, as cavernas e gargantas facilitavam o esconderijo e a fuga. O caminho era bastante usado, por ser, então, a única subida do vale do Jordão para a Cidade Santa. Negócios, obrigações legais e religiosas faziam movimentar a estrada perigosa, onde os viajantes costumavam subir ou descer em grupos, para se protegerem. Muitos sacerdotes, que prestavam serviços no templo de Jerusalém, moravam em Jericó, assim como os levitas, que eram os serviçais e cantores do templo.

A lição de Jesus está em dizer que a misericórdia exige que se deixe de lado o bem-estar pessoal para socorrer um necessitado. Mas suponhamos que se insista na desculpa de não se poder tocar no defunto, para melhor servir a Deus no culto, observando a Lei. É justamente nesse ponto que Jesus dá a grande lição: um irmão necessitado tem precedência, e, se não lhe dermos precedência, nossa oração é falha e errado é nosso culto. Noutra ocasião, Jesus foi ainda mais explícito, citando o profeta Oséias: “Quero misericórdia e não quereis sacrifícios”.

Jesus não quer sacrifícios de animais no templo: a misericórdia tem precedência até mesmo sobre a obrigação da Missa dominical.

Quem perguntou sobre o infeliz que caiu nas mãos dos ladrões foi um doutor da lei, portanto, um judeu. E os judeus restringiam muito os que podiam ser denominados próximo: eram só familiares, os que tinham o mesmo sangue, os compatriotas observantes da Lei Mosaica, os pagãos que adotassem as leis, a fé e as tradições judaicas, desde que circuncidados. Ficavam expressamente excluídos os estrangeiros, os que trabalhavam para estrangeiros, os inimigos de qualquer espécie, a plebe ignorante, os que exerciam certas profissões que facilitavam a impureza legal - a pesca, o pastoreio, o curtimento de couros -, os pobres e os leprosos. A lição de Jesus é clara e inovadora, de maneira forte: a misericórdia não tem fronteiras religiosas, geográficas ou de sangue. A misericórdia não faz restrições, ela é obrigação de todos.

Meus queridos Irmãos,

O semimorto é um desconhecido, um anônimo, mas um ser humano. Quem o atende é um samaritano que, para o doutor da lei, é estrangeiro, inimigo e pecador. O homem desprezado pelo escriba é apresentado por Jesus como exemplo de misericórdia, porque socorreu um irmão necessitado, sem saber quem era, sem medir perigos e conseqüências. Assim deve ser o verdadeiro discípulo de Jesus na nova comunidade. A dureza de coração e a supremacia dos interesses pessoais, mesmo se sagrados, devem ceder lugar à misericórdia. O próprio Jesus é o grande modelo: deixou seu paraíso para recolher e curar o ser humano assaltado pela força do mal e deixado ferido à beira da estrada da vida.

Se vemos Jesus figurado no samaritano, podemos dizer que Jesus é o modelo perfeito do verdadeiro discípulo. Ele é a encarnação da misericórdia divina, verdade que Lucas tanto acentua em seu Evangelho. Jesus, para curar-nos do pecado, dá-nos seu sangue – que pode ser simbolizado no vinho – e sua benção fraterna e salvadora – simbolizada no óleo derramado nas feridas. Jesus é o nosso próximo mais próximo. E cada um de nós é o próximo mais próximo dele.

Irmãos e Irmãs,

A Segunda Leitura é uma das obras primas do Novo Testamento. A idéia principal é a unidade da ordem da criação e da redenção, em Cristo. Cristo é a cabeça da redenção, assumindo a todos na sua glória, porque ele é também a cabeça da criação. O hino de Cl 1,15-20 expressa isso em termos que lembram facilmente o prólogo de João e os textos que falam da Sabedoria como hipóstase unida a Deus desde antes da criação do mundo. A figura da Sabedoria que preside à criação, identificada com Cristo, é combinada com a imagem paulina de Cristo, cabeça da Igreja, que é seu corpo. No pensamento bíblico, todo o corpo participa da realidade de seu princípio vital. No sacrifício e na glória de Cristo, assume-se todos o universo na reconciliação com Deus. A plenitude mora nele: a plenitude de Deus, englobando todos os seus filhos.

Queridos Irmãos,

Este domingo leva a Comunidade eclesial a experimentar profundamente sua vocação ao amor ao próximo. A sublime capacidade de imitar a Deus no amor. A parábola do bom samaritano nos mostra que não basta o conhecimento; é preciso saborear, por em prática.

Neste domingo a Comunidade transforma em ação de graças toda a dedicação de seus membros na vivencia do segundo mandamento, que é igual ao primeiro: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Isto só será possível em Cristo Jesus, a imagem do Deus invisível, em que foram criadas todas as coisas.

Por: Padre Wagner Augusto Portugal

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