Há 23 anos, na manhã do domingo do Fiat Mariano do Advento, dia 20 de dezembro de 1987, por imposição das mãos de meu amado Bispo Dom José Alves da Costa doutrinário, fui ordenado Sacerdote para Sempre!
Muitos erros e acertos, mas nunca me omiti em buscar a verdade e de viver o coração misericordioso de Jesus, não sei se posso dizer que grandes experiências de vida e profunda gratidão a cada dia, sem nenhum momento de arrependimento, pelo sim dado com minhas mãos entre as mãos do Bispo ordenante.
Quantas pessoas passaram por minha vida nestes 23 anos?
Pela vida de quantas pessoas passei eu?
Penso ser um momento de avaliação, de balanço, de gratidão e de pedido de perdão, pelas vezes em que não consegui ser um bom padre!
Escolhi como lema sacerdotal as palavras de Maria: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”.( Lc 1,38; Ecce ancilla Domine. Fiat mihi secundum verbum tuum).
Umas das mais belas frases vindas da boca de nossa senhora que mostram lealdade, obediência e amor a Deus, sem temer perigo e nem ruína.
Já que sempre me senti um servo inútil e indigno da graça do ministério sacerdotal! Mesmo assim Deus me quis Padre, tamanha é Sua Bondade, Seu Amor e Sua Misericórdia para comigo.
Assim diante desta palavra de Deus escolhi como rehma de vida: “A exemplo do Fiat Jubiloso e responsável de Maria proclamar em toda parte sem demora a Boa nova: Jesus”
E como disse no dia de minha ordenação: Ser o sacerdote que Deus - Pai quer e de que o povo necessita!”
Ao longo do amadurecimento no meu exercício ministerial, fui descobrindo que a melhor maneira de ser fiel ao Sacerdócio, é adotar a Teologia da Misericórdia e da Ternura de Deus!
Mesmo que não tenha conseguido ser fiel, como quis ou deveria, sempre me acompanhou o esforço pessoal para ser um sacerdote bom e misericordioso.
Como ele, O Sacerdote por excelência o Sacramento que mais gosto de celebrar, é o da Eucaristia.
Claro depois o da reconciliação, como é bom ser dispensador do perdão de Deus àqueles que perderam sua paz interior para o pecado. Pois é no Sacramento do Perdão, que Jesus nos devolve a paz que o pecado nos rouba.
Tenho sido muito feliz ao acolher tantas pessoas em nossa amada Igreja, Pão dos Pobres, que é para mim, o lugar ideal para a santificação de meu sacerdócio, colaborando na santificação dos irmãos!
Como coroinha na Igreja de santa Cruz ainda uma capelinha, ou brincando de Missa com os primos e vizinhos, minha vocação ao sacerdócio foi se confirmando a cada dia que passava, agradeço os padres que me mostram o caminho da beleza de uma vocação de modo particular o nosso monsenhor Amador Romão.
Sentia sempre a necessidade de perdoar, desde tenra idade a quem me ofendesse ou machucasse. Nunca consegui bater em ninguém.
Mas sempre fiz minhas travessuras e, mais pedia perdão do que precisava perdoar.
Daí meu desejo de coração sempre ser a bem-aventurança da misericórdia.
Que eu consiga viver meu sacerdócio pautado nos olhos de Deus, que promove a justiça e amar as pessoas com o coração de Jesus, que dão sentido ao meu lema e à minha fidelidade sacerdotal.
E em cada Eucaristia que celebro, cabem todas as pessoas que me ajudaram a ser Padre, no precioso cálice do Senhor, como minha mais sublime e profunda gratidão!
Pois a VOCAÇÃO é em cada um de nós o ponto central da nossa vida. Tudo ou quase tudo depende de conhecermos e cumprirmos aquilo que Deus nos pede.
Seguir e amar a vocação a que Deus nos chamou é a coisa mais importante e mais alegre da vida. Tornar-nos realizados e realizar o plano amoroso de Deus nos faz felizes, não nos frustramos .
Mas, apesar de a vocação ser a chave que abre as portas da felicidade verdadeira, há os que não querem conhecê-la; preferem fazer a sua própria vontade ao invés da Vontade de Deus; preferem ficar numa ignorância culposa, ao invés de procurarem com toda a sinceridade o caminho em que serão felizes, em que alcançarão com segurança o Céu e farão felizes muitas outras pessoas.
Hoje como ontem, o Senhor dirige chamadas particulares a alguns homens e mulheres. Necessita deles. Além disso, chama-nos a todos com uma vocação santa, a fim de que o sigamos numa vida nova cujo segredo só Ele possui: Se alguém quiser vir após mim...8 Todos recebemos pelo batismo uma vocação que nos convida a procurar a Deus em plenitude de amor. “Porque a vida comum e normal, aquela que vivemos entre os demais concidadãos, nossos iguais, não é nenhuma coisa sem altura e sem relevo”.
É precisamente nessas circunstâncias que o Senhor quer que a imensa maioria dos seus filhos se santifique.
“É necessário repetir muitas e muitas vezes que Jesus não se dirigiu a um grupo de privilegiados, mas veio revelar-nos o amor universal de Deus. Todos os homens são amados por Deus, de todos espera amor. De todos.
Sejam quais forem as suas condições pessoais, a sua posição social, a sua profissão ou ofício. A vida comum e vulgar não é coisa de pouco valor; todos os caminhos da terra podem ser ocasião de um encontro com Cristo, que nos chama à identificação com Ele para realizarmos – no lugar onde estivermos – a sua missão divina.
“Deus chama-nos através das vicissitudes da vida diária, no sofrimento e na alegria das pessoas com quem convivemos nas aspirações humanas dos nossos companheiros, nos pequenos acontecimentos da vida familiar.
Chama-nos também através dos grandes problemas, conflitos e Deus sabe de onde me chamou , de um lar conturbado, para poder entender as dores de famílias que trazem os mesmos problemas pelos quais passei e tarefas que definem cada época histórica e que atraem o esforço e os ideais de grande parte da humanidade”.
A chamada do Senhor a uma maior doação de nós mesmos pede-nos uma resposta urgente, entre outras razões porque a messe é muita e os operários poucos. E há messes que se perdem cada dia por não haver quem as recolha.
“Faça-se em mim segundo a tua palavra, diz a Virgem Maria” ao Anjo. E contemplamo-la radiante de alegria.
Pois ela esteve aberta “a aceitar as surpresas que transtornam nossos planos derrubam nossos sonhos dão rumo totalmente diverso aos nossos dias, e quem, sabe, à nossa vida. Não há acaso...há Providência.
É necessário darmos liberdade ao Pai para que ele mesmo conduza a trama dos nossos dias. Ele é Pai Ele é bom e bom é tudo o que ele faz.
Quero expeliar-me a cada dia em Maria perante A VONTADE DE DEUS, ela teve uma só resposta: amá-la. Ao proclamar-se escrava do Senhor, aceita os desígnios divinos sem limitação alguma. Ainda que eu tenha tantas limitações e me encontre tão distante do Senhor pelas minhas fraquezas.
Assim enquanto, prosseguimos a nossa jornada creio que sempre deveremos perguntar-nos: Procuro a Deus no meu chamado, vocação, missão, trabalho ou no meu estudo, na minha família, na rua... em tudo?
Não quererá o Senhor alguma coisa mais de mim?
À imitação de Nossa Senhora, não queiramos ter outra vontade e outros planos a não ser os de Deus.
Por isso quero repetir a Oração que fiz e foi distribuída como lembrança no dia da minha Ordenação: