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domingo, 31 de outubro de 2010

Porque Eu Creio na Comunhão dos santos?


O dia 01 de Novembro a Igreja celebra a solenidade de todos os santos, fazendo memória de todos aqueles que já estão no céu e não tem um reconhecimento litúrgico, mesmo porque a Igreja não tem como conhecer todos os santos. Por isso, todos os filhos de Deus que já estão no céu são santos, pessoas que viveram com perfeição e luta o seguimento de Cristo e as Virtudes do evangelho. Pense que até membros de sua família podem estar na comunhão dos santos rezando por você. Santidade é a vocação universal de todos os batizados: “E nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos no amor”. (Efésios 1,4)

“A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”. (Lv 11,44), (I São Pedro 1,15).

Não celebramos Halloween, celebramos a Santidade de Deus que santifica os seus filhos. Não as bruxas e Sim aos santos.

165. Em que sentido a Igreja é santa?

A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor; Cristo entregou-se por ela, para santificá-la e fazer dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus membros e o fim de cada uma das suas atividades. A Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos pecadores, sempre necessitados de conversão e de purificação.“Quando recebeu o livro, os quatro Animais e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfume (que são as orações dos santos)”. (Apocalipse 5,8)

564. Como é que os Santos são guias de oração?

Os santos são modelos de oração e a eles pedimos para, junto da Santíssima Trindade, intercederem por nós e pelo mundo inteiro. A sua intercessão é o mais alto serviço que prestam ao desígnio de Deus. Na comunhão dos santos, desenvolveram-se, ao longo da história da Igreja, diversos tipos de espiritualidade, que ensinam a viver e a pôr em prática a oração: “Adiantou-se outro anjo e pôs-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes, para que os oferecesse com as orações de todos os santos no altar de ouro, que está adiante do trono”. (Apocalipse 8,3)

O que diz a Igreja:194.

O que significa a expressão comunhão dos santos?

Indica, antes de mais, a participação de todos os membros da Igreja nas coisas santas (sancta): a fé, os sacramentos, em especial a Eucaristia, os carismas e os outros dons espirituais. Na raiz da comunhão está à caridade que «não procura o próprio interesse» (1 Cor 13, 5), mas move o fiel «a colocar tudo em comum» (At. 4, 32), mesmo os próprios bens materiais ao serviço dos pobres.

195. O que significa ainda a expressão comunhão dos santos? Designa ainda a comunhão entre as pessoas santas (sancti), isto é, entre os que, pela graça, estão unidos a Cristo morto e ressuscitado. Alguns são peregrinos na terra; outros, que já partiram desta vida, estão a purificar-se, ajudados também pelas nossas orações; outros, enfim, gozam já da glória de Deus e intercedem por nós. Todos juntos formam, em Cristo, uma só família, a Igreja, para louvor e glória da Trindade. Essa é a nossa fé, por isso, podemos pedir a intercessão de todos os santos conhecidos e desconhecidos, rezemos:

Deus eterno e todo-poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de todos os santos, concedei-nos, por intercessores tão numerosos, a plenitude da vossa misericórdia. Por nosso senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém

Você pode se perguntar: Quantos santos existem, está na Bíblia?

“Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Apoc 7, 9).

Meus amigos santos são: a Virgem Maria, Santa Teresinha, são João Maria Vianey, são Pe. Pio, São Francisco de Assis, são Luiz, São João Bosco, Bem-aventurados Jacinta e Francisco… Todos os santos de Deus, rogai por nós!

sábado, 30 de outubro de 2010

JUNHO

Em atualização... 


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

BENTO XVI E O SILÊNCIO DOS BISPOS DO BRASIL

Bento XVI condenou com clareza “os projetos políticos” que “contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto”.

Papa Bento XVI ...Faltando três dias para a votação do segundo turno, o acalorado debate eleitoral ganhou um interlocutor de peso: o Papa Bento XVI.
Num discurso pronunciado, nesta manhã de quinta-feira, para bispos do Nordeste – reconhecida base eleitoral do PT de Dilma Rousseff – Bento XVI condenou com clareza “os projetos políticos” que “contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto”.

Com o discurso de hoje, Bento XVI rompe, desde o mais alto grau da hierarquia católica, o patrulhamento ideológico que o PT vem impondo a bispos do Brasil através de ameaças, pressões diplomáticas, xingamentos e abusos de poder.
É conhecida a absurda apreensão, a pedido do PT, de milhares de folhetos contendo o “Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras”, em que a Comissão em Defesa da Vida, da Regional Sul I da CNBB, exortava os católicos a não votar em políticos que defendam a descriminalização do aborto. É conhecida a denúncia do bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, de que tem sido vítima de censura e perseguição por parte do PT (cf. Revista Veja). É arquiconhecida a prisão de leigos católicos que realizavam o “ato subversivo” de distribuir nas ruas o documento dos bispos de São Paulo.

O Papa convida os bispos à coragem de romper este patrulhamento e falar. Ao defender a vida das crianças no ventre das mães, os bispos não devem temer “a oposição e a impopularidade, recusando qualquer acordo e ambigüidade”.
O pronunciamento de Bento XVI ainda exorta os bispos a cumprirem “o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”. E, numa clara alusão a uma das propostas do PNDH-3 do PT, se opõe à ausência “de símbolos religiosos na vida pública”.

Com seu discurso, o Papa procura evitar que o Brasil continue protagonista de um fenômeno que seria mais típico do feudalismo medieval, do que de uma suposta democracia moderna. De fato, durante a Baixa Idade Média, era comum que os posicionamentos e protestos mais decididos fossem os do Papa, enquanto os do episcopado local, mais exposto às pressões e ao poder imediato dos senhores feudais, eram como os de um cão atado à coleira. Pode até ensaiar uns latidos, mas quem passa por perto sabe que se trata de barulho inofensivo.

Ao apagar das luzes da campanha de segundo turno, o Pontífice parece preparar o terreno para que a Igreja do Brasil compreenda, sejam quais forem os resultados das eleições, que é inútil apelar para um currículo de progressos sociais e de defesas dos oprimidos do Partido dos Trabalhadores, quando seu “projeto político” está tão empenhado em eliminar os seres humanos mais fracos e indefesos no ventre das mães.

Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé

Bispos devem lembrar fiéis que voto está destinado á promoção do bem comum, disse Bento XVI. Bento XVI recebeu os bispos do Regional Nordeste 5 às 11h (em Roma - 7h no horário de Brasília) da manhã desta quinta-feira, 28, por ocasião da visita ad limina.
O Papa expressou uma firme condenação às estratégias políticas que tentam apresentar o aborto como direito humano.
"Seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até a morte natural. [...] Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático é atraiçoado nas suas bases".


TEXTO NA ÍNTEGRA:

Amados Irmãos no Episcopado,

"Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. Gaudium et Spes, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, conseqüência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até a morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso, no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático – que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana – é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida "não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambiguidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo" (ibidem, 82).

Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente, é "necessária — como vos disse em Aparecida — uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o "Compêndio da Doutrina Social da Igreja"" (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que, em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. "Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambiguidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana" (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).

Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve "encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política" (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.

Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade.

Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Benção Apostólica.

Fonte: http://padrepauloricardo.org/blog/bento-xvi-e-o-silencio-dos-bispos/

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O Quinto Mandamento “Não matarás”



“Não matarás” (Ex 20,13).

Jesus disse no Sermão da Montanha: “Ouvistes o que foi dito aos antigos: “Não matarás. Aquele que matar terá de responder ao tribunal”. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão terá de responder no tribunal (Mt 5,21-22).

Portanto, o Quinto Mandamento não proíbe apenas “não matar”, mas todo ato ou pensamento que possa ferir o outro física ou moralmente.

Assim, a calúnia, a difamação, a perseguição, a exploração da pessoa em qualquer forma, a vingança, o ódio, etc., são pecados contra o Quinto Mandamento.

A Igreja ensina que toda vida humana, desde o momento da concepção até a morte, é sagrada, porque a pessoa humana foi querida por si mesma à imagem e à semelhança do Deus vivo e santo.

Por isso não se admite o aborto, a eutanásia e o assassinato; são graves ofensas a Deus.

A Igreja condena com pena canônica de excomunhão o crime do aborto; os que o praticarem e os que o promoverem. O embrião humano deve ser tratado como uma pessoa desde a sua concepção, e deve ser defendido em sua integridade, cuidado e curado como qualquer outro ser humano.

Por isso, a Igreja não aceita a manipulação dos embriões e o desenvolvimento de células tronco embrionárias para fins terapêuticos, porque neste processo se destrói os embriões, que já são vidas humanas.

Também a inseminação artificial é proibida pela Igreja, que entende que somente o casal pode gerar os filhos no ato conjugal do seu amor.

A proibição de matar não anula o direito de tirar a um opressor injusto a possibilidade de fazer o mal aos outros. A legítima defesa é um dever grave para quem é responsável pela vida alheia ou pelo bem comum.

A eutanásia voluntária, sejam quais forem as formas e os motivos, constitui um assassinato.

É gravemente contrária à dignidade da pessoa humana e ao respeito de Deus, seu Criador. A pessoa humana tem o direito de morrer quando Deus desejar.

O suicídio é gravemente contrário a lei de Deus. Entretanto, o suicida pode ter sua culpa diminuída por razões psicológicas (medo, depressão, etc.). A Igreja pede que se reze por eles e ninguém deve desanimar da possibilidade de sua salvação.

O Escândalo é também pecado contra o Quinto Mandamento; pois constitui uma falta grave quando, por ação ou por omissão, leva intencionalmente o outro a pecar gravemente.

Também a guerra injusta ofende ao Quinto Mandamento pelos males e injustiças que acarreta; devemos fazer tudo o que for razoavelmente possível para evitá-la.

A Igreja ora: “Da fome, da peste e da guerra livrai-nos, Senhor”.

Veja abaixo o que nos orienta a Igreja com seu magistério no Catecismo :

Não matarás (Ex 20,13).

Ouvistes o que foi dito aos antigos: "Não matarás. Aquele que matar terá de responder ao tribunal". Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra seu irmão terá de responder no tribunal (Mt 5,21-22).

§2258 "A vida humana é sagrada porque desde sua origem ela encerra a ação criadora de Deus e permanece para sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim. Só Deus é o dono da vida, do começo ao fim; ninguém, em nenhuma circunstância, pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano inocente."

§2259 O respeito á vida humana O TESTEMUNHO DA HISTÓRIA SAGRADA A Escritura, no relato do assassinato de Abel por seu irmão Caim, revela, desde o começo da história humana, a presença da cólera e da cobiça no homem, conseqüências do pecado original. O homem se tornou inimigo de seu semelhante. Deus expressa a atrocidade deste fratricídio: "Que fizeste? Ouço o sangue de teu irmão, do solo, clamar por mim. Agora, és maldito e expulso do solo fértil que abriu a boca para receber de tua mão o sangue de teu irmão" (Gn 4,10-11).

§2260 A aliança entre Deus e a humanidade está cheia de lembranças do dom divino da vida humana e da violência assassina do homem:

Pedirei contas do sangue de cada um de vós...Quem derramar o sangue do homem, pelo homem terá seu sangue derramado. Pois à imagem de Deus o homem foi feito (Gn 9,5-6).

O Antigo Testamento sempre considerou o sangue como um sinal sagrado da vida. A necessidade deste ensinamento é para todos os tempos.

§2261 A Escritura determina com precisão a proibição do quinto mandamento: "Não matarás o inocente nem o justo" (Ex 23,7). O assassinato voluntário de um inocente é gravemente contrário à dignidade do ser humano, à regra de ouro e à santidade do Criador. A lei que o proscreve é universalmente válida, isto é, obriga a todos e a cada um, sempre e em toda parte.

§2262 No Sermão da Montanha, o Senhor recorda o preceito: "Não matarás" (Mt 5,21), e acrescenta a proibição da cólera, do ódio e da vingança. Mais ainda, Cristo diz a seu discípulo que ofereça a outra face e ame seus inimigos. Ele mesmo não se defendeu e disse a Pedro que deixasse a espada na bainha.

§2263 A LEGÍTIMA DEFESA A legítima defesa das pessoas e das sociedades não é uma exceção à proibição de matar o inocente, que constitui o homicídio voluntário. "A ação de defender-se pode acarretar um duplo efeito: um é a conservação da própria vida, o outro é a morte do agressor.. Só se quer o primeiro; o outro, não."

§2264 O amor a si mesmo permanece um princípio fundamental da moralidade. Portanto, é legítimo fazer respeitar seu próprio direito à vida. Quem defende sua vida não é culpável de homicídio, mesmo se for obrigado a matar o agressor:

Se alguém, para se defender, usar de violência mais do que o necessário, seu ato será ilícito. Mas, se a violência for repelida com medida, será lícito... E não é necessário para a salvação omitir este ato de comedida proteção para evitar matar o outro, porque, antes da de outrem, se está obrigado a cuidar da própria vida.

§2265 A legítima defesa pode ser não somente um direito, mas um dever grave, para aquele que é responsável pela vida de outros. Preservar o bem comum da sociedade exige que o agressor seja impossibilitado de prejudicar a outrem. A este título os legítimos detentores da autoridade têm o direito de repelir pelas armas os agressores da comunidade civil pela qual são responsáveis.

§2266 Corresponde a uma exigência de tutela do bem comum e esforço do Estado destinado a conter a difusão de comportamentos lesivos aos direitos humanos e às regras fundamentais de convivência civil. A legítima autoridade pública tem o direito e o dever de infligir penas proporcionais à gravidade do delito. A pena tem como primeiro objetivo reparar a desordem introduzida pela culpa, Quando essa pena é voluntariamente aceita pelo culpado tem valor de expiação. Assim, a pena, além de defender a ordem pública c de tutelar a segurança das pessoas, tem um objetivo medicinal: na medida do possível, deve contribuir à correção do culpado.

§2267 O ensino tradicional da Igreja não exclui, depois de com provadas cabalmente a identidade e a responsabilidade de culpado, o recurso à pena de morte, se essa for a única via praticável para defender eficazmente a vida humana contra o agressor injusto.

Se os meios incruentos bastarem para defender as vidas humanas contra o agressor e para proteger a ordem pública e a segurança das pessoas, a autoridade se limitará a esses meios, porque correspondem melhor às condições concretas do bem comum e estão mais conformes à dignidade da pessoa humana.

§2268 O HOMICÍDIO VOLUNTÁRIO O quinto mandamento proscreve como gravemente pecaminoso o homicídio direto e voluntário. O assassino e os que cooperam voluntariamente com o assassinato cometem um pecado que clama ao céu por vingança.

O infanticídio, o fratricídio, o parricídio e o assassinato do cônjuge são crimes particularmente graves, devido aos laços naturais que rompem. Preocupações de eugenismo ou de higiene pública não podem justificar nenhum assassinato, mesmo a mando dos poderes públicos.

§2269 O quinto mandamento proíbe que se faça algo com a intenção de provocar indiretamente a morte de uma pessoa. A lei moral proíbe expor alguém a um risco mortal sem razão grave, bem como recusar ajuda a uma pessoa em perigo.

A aceitação pela sociedade humana de condições de miséria que levem à própria morte sem se esforçar por remediar a situação constitui uma injustiça escandalosa e uma falta grave. Todo aquele que em seus negócios se der a práticas usurárias e mercantis que provoquem a fome e a morte de seus irmãos (homens) comete indiretamente um homicídio, que lhe é imputável.

O homicídio involuntário não é moralmente imputável. Mas não está isento de falta grave quem, sem razões proporcionais, agiu de maneira a provocar a morte, ainda que sem a intenção de causá-la.

§2270 O ABORTO A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida.

Antes mesmo de te formares no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei (Jr 1,5).

Meus ossos não te foram escondidos quando eu era feito, em segredo, tecido na terra mais profunda (Sl 139,15).

§2271 Desde o século I, a Igreja afirmou a maldade moral de todo aborto provocado. Este ensinamento não mudou. Continua invariável. O aborto direto, quer dizer, querido como um fim ou como um meio, é gravemente contrário à lei moral:

Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido.

Deus, senhor da vida, confiou aos homens o nobre encargo d preservar a vida, para ser exercido de maneira condigna ao homem Por isso a vida deve ser protegida com o máximo cuidado desde a concepção. O aborto e o infanticídio são crimes nefandos.

§2272 A cooperação formal para um aborto constitui uma falta grave. A Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana. "Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae" "pelo próprio fato de cometer o delito" e nas condições previstas pelo Direito. Com isso, a Igreja não quer restringir o campo da misericórdia. Manifesta, sim, a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao 'inocente morto, a seus pais e a toda a sociedade.

O inalienável direito à vida de todo indivíduo humano inocente é um elemento constitutivo da sociedade civil e de sua legislação:

"Os direitos inalienáveis da pessoa devem ser reconhecidos e respeitados pela sociedade civil e pela autoridade política. Os direitos do homem não dependem nem dos indivíduos, nem dos pais, e também não representam uma concessão da sociedade e do Estado pertencem à natureza humana e são inerentes à pessoa em razão do ato criador do qual esta se origina. Entre estes direitos fundamentais é preciso citar o direito à vida e à integridade física de todo se humano, desde a concepção até a morte."

§2273 "No momento em que uma lei positiva priva uma categoria de seres humanos da proteção que a legislação civil lhes deve dar, o estado nega a igualdade de todos perante a lei. Quando o Estado não coloca sua força a serviço dos direitos de todos os cidadãos, particularmente dos mais fracos, os próprios fundamentos de um estado de direito estão ameaçados... Como conseqüência do respeito e da proteção que devem ser garantidos à criança desde o momento de sua concepção, a lei deverá prever sanções penais apropriadas para toda violação deliberada dos direitos dela."

Visto que deve ser tratado como uma pessoa desde a concepção, o embrião deverá ser defendido em sua integridade, cuidado e curado, na medida do possível, como qualquer outro ser humano.

§2274 O diagnóstico pré-natal é moralmente licito "se respeitar a vida e a integridade do embrião e do feto humano, e se está orientado para sua salvaguarda ou sua cura individual... Está gravemente em oposição com a lei moral quando prevê, em função dos resultados, a eventualidade de provocar um aborto. Um diagnóstico não deve ser o equivalente de uma sentença de morte".

"Devem ser consideradas lícitas as intervenções sobre o embrião humano quando respeitam a vida e a integridade do embrião e não acarretam para ele riscos desproporcionados, mas visam à sua cura, à melhora de suas condições de saúde ou à sua sobrevivência individual."

"É imoral produzir embriões humanos destinados a serem explorados como material biológico disponível."

§2275 "Certas tentativas de intervenção sobre o patrimônio cromossômico ou genético não são terapêuticas, mas tendem à produção de seres humanos selecionados segundo o sexo ou outras qualidades preestabelecidas. Essas manipulações são contrárias à dignidade pessoal do ser humano, à sua integridade e à sua identidade" única, não reiterável.

§2276 A EUTANÁSIA Aqueles cuja vida está diminuída ou enfraquecida necessitam de um respeito especial. As pessoas doentes ou deficientes devem ser amparadas, para levar uma vida tão normal quanto possível.

§2277 Sejam quais forem os motivos e os meios, a eutanásia direta consiste em pôr fim à vida de pessoas deficientes, doentes ou moribundas. É moralmente inadmissível.

Assim, uma ação ou uma omissão que, em si ou na intenção, gera a morte a fim de suprimir a dor constitui um assassinato gravemente contrário à dignidade da pessoa humana e ao respeito pelo Deus vivo, seu Criador. O erro de juízo no qual se pode ter caído de boa-fé não muda a natureza deste ato assassino, que sempre deve ser condenado e excluído.

§2278 A interrupção de procedimentos médicos onerosos, perigosos, extraordinários ou desproporcionais aos resultados esperados pode ser legítima. É a rejeição da "obstinação terapêutica". Não se quer dessa maneira provocar a morte; aceita-se não poder impedi-la. As decisão devem ser tomadas pelo paciente, se tiver a competência e a capacidade para isso; caso contrário, pelos que têm direitos legais, respeitando sempre a vontade razoável e os interesses legítimos do paciente.

§2279 Mesmo quando a morte é considerada iminente, os cuidados comumente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente interrompidos. O emprego de analgésicos para aliviar os sofrimentos moribundo, ainda que com o risco de abreviar seus dias, pode ser moralmente conforme à dignidade humana se a morte não é desejada, nem como fim nem como meio, mas somente prevista e tolerada como inevitável. Os cuidados paliativos constituem uma forma privilegiada de caridade desinteressada. Por esta razão devem ser encorajados.

§2280 O SUICÍDIO Cada um é responsável por sua vida diante de Deus, que "lha deu e que dela é sempre o único e soberano Senhor. Devemos receber a vida com reconhecimento e preservá-la para honra dele e salvação de nossas almas. Somos os administradores e não os proprietários da vida que Deus nos confiou. Não podemos dispor dela.

§2281 O suicídio contradiz a inclinação natural do ser humano a conservar e perpetuar a própria vida. É gravemente contrário ao justo amor de si mesmo. Ofende igualmente ao amor do próximo, porque rompe injustamente os vínculos de solidariedade com as sociedades familiar, nacional e humana, às quais nos ligam muitas obrigações. O suicídio é contrário ao amor do Deus vivo.

§2282 Se for cometido com a intenção de servir de exemplo, principalmente para os jovens, o suicídio adquire ainda a gravidade de um escândalo. A cooperação voluntária ao suicídio é contrária à lei moral.

Distúrbios psíquicos graves, a angústia ou o medo grave da provação, do sofrimento ou da tortura podem diminuir a responsabilidade do suicida.

§2283 Não se deve desesperar da salvação das pessoas que se mataram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida.

§2284 O RESPEITO À ALMA DO OUTRO: O ESCÂNDALO O escândalo é a atitude ou o comportamento que leva outrem a praticar o mal. Aquele que escandaliza torna-se o tentador do próximo. Atenta contra a virtude e a retidão; pode arrastar seu irmão à morte espiritual. O escândalo constitui uma falta grave se, por ação ou omissão, conduzir deliberadamente o outro a uma falta grave.

§2285 O escândalo se reveste de uma gravidade particular em virtude da autoridade dos que o causam ou da fraqueza dos que o sofrem. Foi o que inspirou a Nosso Senhor a seguinte maldição "Caso alguém escandalize um destes pequeninos, melhor será que lhe pendurem ao pescoço uma pesada mó e seja precipitado nas profundezas do mar" (Mt ,18,6). O escândalo é grave quando é dado por aqueles que, por natureza ou por função, devem ensinar e educar os outros. Jesus censura os escribas e os fariseus, comparando-os a lobos disfarçados de cordeiros

§2286 O escândalo pode ser provocado pela lei ou pelas instituições, pela moda ou pela opinião.

Tomam-se, portanto, culpados de escândalo aqueles que instituem leis ou estruturas sociais que levam à degradação dos costumes e à corrupção da vida religiosa ou a "condições sociais que, voluntariamente ou não, tomam difícil e praticamente impossível uma conduta cristã conforme aos mandamentos". O mesmo vale para chefes de empresas que fazem regulamentos que incitam à fraude, para professores que "exasperam" os alunos ou para aqueles que, manipulando a opinião pública, a afastam dos valores morais.

§2287 Quem usa os poderes de que dispõe de tal maneira que induzam ao mal torna-se culpado de escândalo e responsável pelo mal que, direta ou indiretamente, favorece. "E inevitável que haja escândalos, mas ai daquele que os causar" (Lc 17,1).

§2288 O RESPEITO Á SAÚDE A vida e a saúde física são bens preciosos doados por Deus. Devemos cuidar delas com equilíbrio, levando em conta as necessidades alheias e o bem comum.

O cuidado com a saúde dos cidadãos requer a ajuda da sociedade para obter as condições de vida que permitam crescer e atingir a maturidade: alimento, roupa, moradia, cuidado da saúde, ensino básico, emprego, assistência social.

§2289 Se a moral apela para o respeito à vida corporal, não faz desta um valor absoluto, insurgindo-se contra uma concepção neopagã que tende a promover o culto do corpo, a tudo sacrificar-lhe, a idolatrar a perfeição física e o êxito esportivo. Em razão da escolha seletiva que faz entre os fortes e os fracos, tal concepção pode conduzir à perversão das relações humanas.

§2290 A virtude da temperança manda evitar toda espécie de exceção, o abuso da comida, do álcool, do fumo e dos medicamentos. Aqueles que, em estado de embriaguez ou por gosto imoderado pela velocidade, põem em risco a segurança alheia e a própria, nas estradas, no mar ou no ar, tomam-se gravemente culpáveis.

§2291 O uso da droga causa gravíssimos danos à saúde e à vida humana. Salvo indicações estritamente terapêuticas, constitui falta grave. A produção clandestina e o tráfico de drogas são práticas escandalosas; constituem uma cooperação direta com o mal, pois incitam a práticas gravemente contrárias à lei moral

§2292 O RESPEITO À PESSOA E À PESQUISA CIENTÍFICA As experiências científicas, médicas ou psicológicas em pessoas ou grupos humanos podem concorrer para a cura dos doentes e para o progresso da saúde pública.

§2293 A pesquisa científica de base, como a pesquisa aplicada, constituem uma expressão significativa do domínio do homem sobre a criação. A ciência e a técnica são recursos preciosos postos a serviço do homem e promovem seu desenvolvimento integral em benefício de todos; contudo, não podem indicar sozinhas o sentido da existência e do progresso humano. A ciência e a técnica estão ordenadas para o homem, do qual provêm sua origem e seu crescimento; portanto, encontram na pessoa e em seus valores morais a indicação de sua finalidade e a consciência de seus limites.

§2294 É ilusório reivindicar a neutralidade moral da pesquisa científica e de suas aplicações. Além disso, os critérios de orientação não podem ser deduzidos nem da simples eficácia técnica nem da utilidade que possa derivar daí para uns em detrimento dos outros, e muito menos das ideologias dominantes. A ciência e a técnica exigem, por seu próprio significado intrínseco, o respeito incondicional dos critérios fundamentais da moralidade; devem estar a serviço da pessoa humana, de seus direitos inalienáveis, de seu bem verdadeiro e integral, de acordo com o projeto e a vontade de Deus.

§2295 As pesquisas ou experiências no ser humano não podem legitimar atos em si mesmos contrários à dignidade das pessoas e à lei moral. O consentimento eventual dos sujeitos não justifica tais atos. A experiência em seres humanos não é moralmente legítima se fizer a vida ou a integridade física e psíquica do sujeito correrem riscos desproporcionais ou evitáveis. A experiência em seres humanos não atende aos requisitos da dignidade da pessoa se ocorrer sem o consentimento explícito do sujeito ou de seus representantes legais.

§2296 O transplante de órgãos é conforme à lei moral se os riscos e os danos físicos e psíquicos a que se expõe o doador são proporcionais ao bem que se busca para o destinatário. A doação de órgãos após a morte é um ato nobre e meritório e merece ser encorajado como manifestação de generosa solidariedade. O transplante de órgãos não é moralmente aceitável se o doador ou seus representante legais não tiverem dado seu expresso consentimento para tal. Além disso, é moralmente inadmissível provocar diretamente mutilação que venha a tornar alguém inválido ou provocar diretamente a morte, mesmo que seja para retardar a morte de outras pessoas.

§2297 O RESPEITO À INTEGRIDADE CORPORAL Os seqüestros e a tomada de reféns fazem reinar o terror e, pela ameaça, exercem pressões intoleráveis sobre as vítimas. São moralmente ilegítimos. O terrorismo ameaça, fere e mata sem discriminação; isso é gravemente contrário à justiça e à caridade. A tortura, que usa de violência física ou moral para arrancar confissões, castigar culpados, amedrontar opositores, satisfazer o ódio, é contrária ao respeito pela pessoa e pela dignidade humana. Fora das indicações médicas de ordem estritamente terapêutica, as amputações, mutilações de esterilizações diretamente voluntárias de pessoas inocentes contrárias à lei moral.

§2298 Em tempos passados, práticas cruéis foram comumente utilizadas por governos legítimos para manter a lei e a ordem, muitas vezes sem protesto dos pastores da Igreja, os quais adotaram eles em mesmos, em seus próprios tribunais, prescrições do direito romano sobre a tortura. Ao lado destes fatos lamentáveis, a Igreja sempre ensinou o dever de demência e misericórdia: proibiu aos clérigos derramarem sangue. Em tempos recentes, ficou evidente que essas práticas cruéis não eram nem necessárias para a ordem pública nem estavam de acordo com os direitos legítimos da pessoa humana. Ao contrário, essas práticas conduzem às piores degradações. E preciso trabalhar por sua abolição. E preciso orar pelas vitimas e por seus algozes.

§2299 O RESPEITO AOS MORTOS Deve-se dispensar atenção e cuidado aos moribundos, para ajudá-los a viver seus últimos momentos na dignidade e na paz. Devem também ser ajudados pela oração dos familiares. Estes cuidarão para que os doentes recebam em tempo oportuno os sacramentos que preparam para o encontro com o Deus vivo.

§2300 Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade, na fé e na esperança da ressurreição. O enterro dos mortos é uma obra de misericórdia corporal que honra os filhos de Deus, templos do Espírito Santo.

§2301 A autópsia de cadáveres pode ser moralmente admitida por motivos de investigação legal ou de pesquisa científica. A doação gratuita de órgãos após a morte é legítima e pode ser meritória.

A Igreja permite a cremação, se esta não manifestar uma posição contrária à fé na ressurreição dos corpos.

§2302 A PAZ Ao lembrar o preceito "Tu não matarás" (Mt 5,21), Nosso Senhor pede a paz do coração e denuncia a imoralidade da cólera assassina e do ódio.

A cólera é um desejo de vingança. "Desejar a vingança para o mal daquele que é preciso punir é ilícito, mas é louvável impor uma reparação "para a correção dos vícios e a conservação da justiça". Se a cólera chega ao desejo deliberado de matar o próximo ou de feri-lo com gravidade, atenta gravemente contra a caridade, constituindo pecado mortal. O Senhor disse: "Todo aquele que se encolerizar contra seu irmão terá de responder no tribunal" (Mt 5,22).

§2303 O ódio voluntário é contrário à caridade. O ódio ao próximo é um pecado quando o homem quer deliberadamente seu mal. O ódio ao próximo é um pecado grave quando se lhe deseja deliberadamente um grave dano. "Eu, porém, vos digo: amai VOSSOS inimigos e orai pelos que vos perseguem; desse modo vos tornareis filhos de vosso Pai que esta nos céus..." (Mt 5 ,44-45).

§2304 O respeito e o desenvolvimento da vida humana exigem a paz. A paz não é somente ausência de guerra e não se limita a garantir o equilíbrio das forças adversas. A paz não pode ser obtida na terra sem a salvaguarda dos bens das pessoas, sem a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos, a prática assídua da fraternidade. E a "tranqüilidade da ordem", "obra da justiça" (Is 32,17) e efeito da caridade.

§2305 A paz terrestre é imagem e fruto da paz de Cristo, o Príncipe da paz" messiânica (Is 9,5). Pelo sangue de sua cruz, Ele "matou a inimizade na própria carne", reconciliou os homens com Deus e fez de sua Igreja o sacramento da unidade do gênero humano de sua união com Deus. "Ele é a nossa paz" (Ef 2,14). Declara "bem-aventurados os que promovem a paz" (Mt 5,9).

§2306 Aqueles que renunciam à ação violenta e para proteger os direitos do homem, recorrem a meios de defesa ao alcance dos mais fracos testemunham a caridade evangélica, contanto que isso seja feito sem lesar os direitos e as obrigações dos outros homens e das sociedades. Atestam legitimamente a gravidade dos riscos físicos e morais do recurso à violência, com seu cortejo de mortes e ruínas

§2307 EVITAR A GUERRA O quinto mandamento proíbe a destruição voluntária da vida humana. Por causa dos males e das injustiças que toda guerra acarreta, a Igreja insta cada um a orar e agir para que a Bondade divina nos livre da antiga escravidão da guerra.

§2308 Cada cidadão e cada governante deve agir de modo a evitar as guerras. Enquanto, porém, "houver perigo de guerra, sem que exista uma autoridade internacional competente e dotada de forças suficientes, e esgotados todos os meios de negociação pacífica, não se poderá negar aos governos o direito de legítima defesa.

§2309 É preciso considerar com rigor as condições estritas de uma legítima defesa pela força militar. A gravidade de tal decisão a submete a condições rigorosas de legitimidade moral. É preciso ao mesmo tempo que:

* o dano infligido pelo agressor à nação ou à comunidade de nações seja durável, grave e certo;

* todos os outros meios de pôr fim a tal dano se tenham revelado impraticáveis ou ineficazes;

* estejam reunidas as condições sérias de êxito;

* o emprego das armas não acarrete males e desordens mais graves do que o mal a eliminar. O poderio dos meios modernos de destruição pesa muito na avaliação desta condição.

Estes são os elementos tradicionais enumerados na chamada doutrina da "guerra justa".

A avaliação dessas condições de legitimidade moral cabe ao juízo prudencial daqueles que estão encarregados do bem comum.

§2310 Os poderes públicos tomarão as justas providências com relação ao caso daqueles que se dedicam ao serviço da pátria na vida militar, isto e, estão a serviço da segurança e da liberdade dos povos. Se desempenham corretamente sua tarefa, concorrem verdadeiramente para o bem comum da nação e para manter a paz.

§2311 Os poderes públicos devem prever eqüitativamente o caso daqueles que recusam o emprego das armas por motivos de consciência, mas que continuam obrigados a servir sob outra forma à comunidade humana.

§2312 A Igreja e a razão humana declaram a validade permanente da lei moral durante os conflitos armados. "Quando, por infelicidade, a guerra já se iniciou, nem tudo se torna lícito entre as partes inimigas."

§2313 E preciso respeitar e tratar com humanidade os não-combatentes, os soldados feridos e os prisioneiros.

Os atos deliberadamente contrários ao direito dos povos e a seus princípios universais, como as ordens que os determinam, constituem crimes. Uma obediência cega não é suficiente para escusar os que se submetem a esses atos e ordens. Portanto, o extermínio de um povo, de uma nação ou uma de minoria étnica deve ser condenado como pecado mortal. Deve-se moralmente resistir às ordens que impõem um genocídio.

§2314 "Qualquer ação bélica que tem em vista a destruição indiscriminadamente nada de cidades inteiras ou de vastas regiões, com seus habitantes, é um crime contra Deus e contra o próprio homem a ser condenado com firmeza e sem hesitações." Um dos riscos da guerra moderna é dar ocasião aos possuidores de armas científicas, principalmente atômicas, biológicas ou químicas, de cometerem tais crimes.

§2315 A acumulação de armas parece a muitos urna maneira paradoxal de dissuadir da guerra os eventuais adversários. Vêem nisso o mais eficaz dos meios suscetíveis de garantir a paz entre as nações. Este procedimento de dissuasão impõe severas reservas morais. A corrida aos armamentos não garante a paz. Longe de eliminar as causas da guerra, corre o risco de agravá-las. O dispêndio de riquezas fabulosas na fabricação de n ovas armas sempre impede de socorrer as populações indigentes e entrava o desenvolvimento dos povos. O superarmamento multiplica as razões de conflitos e aumenta o risco de esses conflitos se multiplicarem.

§2316 A produção e o comércio de armas afetam o bem comum das nações e da comunidade internacional. Por isso as autoridades públicas têm o direito e o dever de regulamentá-los. A busca de interesses privados ou coletivos a curto prazo não pode legitimar empreendimentos que fomentem a violência e os conflitos entre as nações e que comprometam a ordem jurídica internacional.

§2317 As injustiças, as desigualdades excessivas de ordem econômica ou social, a inveja, a desconfiança e o orgulho que grassam entre os homens e as nações ameaçam sem cessar paz e causam as guerras. Tudo o que for feito para vencer essas desordens contribui para edificar a paz e evitar a guerra:

Pecadores que são, os homens vivem em perigo de guerra, e este perigo os ameaçará até a volta de Cristo. Mas, na medida em que, unidos pela caridade, superem o pecado, superarão igualmente as violências, até que se cumpra a palavra: "De suas espadas eles forjarão relhas de arado, e de suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra a outra, e já não se adestrarão para a guerra" (Is 2,4).

§2318 "Deus tem em seu poder a alma de todo ser vivo e o espírito de todo homem carnal" (Jó 12,10).

§2319 Toda vida humana, desde o momento da concepção até a morte, é sagrada, porque a pessoa humana foi querida por si mesma à imagem e à semelhança do Deus vivo e santo.

§2320 O assassinato de um ser humano é gravemente contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador.

§2321 A proibição de matar não ab-roga o direito de tirar a um opressor injusto a possibilidade de prejudicar. A legítima defesa é um dever grave para quem é responsável pela vida alheia ou pelo bem comum.

§2322 Desde a concepção, a criança tem o direito à vida. O aborto direto, isto é, o que se quer como um fim ou como um meio, é uma pratica infame" , gravemente contrária à lei moral. A Igreja condena com pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana.

§2323 Visto que deve ser tratado como uma pessoa desde a sua concepção, o embrião deve ser defendido em sua integridade, cuidado e curado como qualquer outro ser humano.

§2324 A eutanásia voluntária, sejam quais forem as formas e os motivos, constitui um assassinato. E gravemente contrária à dignidade da pessoa humana e ao respeito do Deus vivo, seu Criador.

§2325 O suicídio é gravemente contrario a Justiça, à esperança e à caridade. É proibido pelo quinto mandamento.

§2326 O escândalo constitui uma falta grave quando, por ação ou por omissão, leva deliberadamente o outro a pecar gravemente.

§2327 Por causa dos males e injustiças que toda guerra acarreta, devemos fazer tudo o que for razoavelmente possível para evitá-la. A Igreja ora: "Da fome, da peste e da guerra livrai-nos, Senhor".

§2328 A Igreja e a razão humana declaram a validade permanente da lei moral durante os conflitos armados. As práticas de1iberadamente contrárias ao direito dos povos e a seus princípios universais constituem crimes.

§2329 "A corrida armamentista é uma praga extremamente grave da humanidade e lesa os pobres de maneira intolerável.

§2330 "Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus" (Mt 5,9).

Porque respeitar a vida humana?

Porque é sagrada. Desde o seu início ela supõe a ação criadora de Deus e mantém-se para sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim. A ninguém é lícito destruir directamente um ser humano inocente, pois é um ato gravemente contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador.

«Não causarás a morte do inocente e do justo» (Ex 23, 7).

Porque é que a legítima defesa das pessoas e das sociedades não vai contra tal norma?

Porque com a legítima defesa se exerce a escolha de defender e valorizar o direito à própria vida e à dos outros, e não a escolha de matar.

Para quem tem responsabilidade pela vida do outro, a legítima defesa pode até ser um dever grave. Todavia ela não deve comportar um uso da violência maior que o necessário.

Para que serve uma pena?

A pena, infligida por uma legítima autoridade pública, tem como objetivo compensar a desordem introduzida pela culpa, preservar a ordem pública e a segurança das pessoas, e contribuir para a emenda dos culpados.

Que pena se pode aplicar?

A pena infligida deve ser proporcionada à gravidade do delito. Hoje, na sequência das possibilidades do Estado para reprimir o crime tornando inofensivo o culpado, os casos de absoluta necessidade da pena de morte «são agora muito raros, se não mesmo praticamente inexistentes» (Evangelium vitae). Quando forem suficientes os meios incruentos, a autoridade deve limitar-se ao seu uso, porque correspondem melhor às condições concretas do bem comum, são mais conformes à dignidade da pessoa humana e não retiram definitivamente ao culpado a possibilidade de se redimir.

Que proíbe o quinto mandamento?

O quinto mandamento proíbe como gravemente contrários à lei moral:

O homicídio direto e voluntário e a cooperação nele;

O aborto direto, querido como fim ou como meio, e também a cooperação nele, crime que leva consigo a pena de excomunhão, porque o ser humano, desde a sua concepção, deve ser, em modo absoluto, respeitado e protegido totalmente;

A eutanásia direta, que consiste em pôr fim à vida de pessoas com deficiências, doentes ou moribundas, mediante um ato ou omissão duma ação devida;

O suicídio e a cooperação voluntária nele, enquanto ofensa grave ao justo amor de Deus, de si e do próximo: a responsabilidade pode ser ainda agravada por causa do escândalo ou atenuada por especiais perturbações psíquicas ou temores graves.

O que é consentido, medicamente, quando a morte é tida como iminente?

Os cuidados habitualmente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente interrompidos. São legítimos o uso de analgésicos, que não têm como fim a morte, e também a renúncia ao «excesso terapêutico», isto é, à utilização de tratamentos médicos desproporcionados e sem esperança razoável de êxito positivo.

Porque é que a sociedade deve proteger o embrião?

O direito inalienável à vida de cada ser humano, desde a sua concepção, é um elemento constitutivo da sociedade civil e da sua legislação. Quando o Estado não coloca a sua força ao serviço dos direitos de todos e em particular dos mais fracos, e entre eles dos concebidos ainda não nascidos, passam a ser minados os próprios fundamentos do Estado de direito.

Como se evita o escândalo?

O escândalo, que consiste em levar alguém a fazer o mal, evita-se respeitando a alma e o corpo da pessoa. Se alguém induz deliberadamente outro a pecar gravemente, comete uma culpa grave.

Que deveres temos em relação ao corpo?
O dever dum razoável cuidado da saúde física, da nossa e da dos outros, evitando todavia o culto do corpo e toda a espécie de excessos. Evitar o uso de estupefacientes, com gravíssimos danos para a saúde e a vida humana e também o abuso dos alimentos, do álcool, do tabaco e dos remédios.

Quando são moralmente legítimas as experiências científicas, médicas ou psicológicas, sobre pessoas ou grupos humanos?

São moralmente legítimas se estão ao serviço do bem integral da pessoa e da sociedade e não trazem riscos desproporcionados à vida e à integridade física e psíquica dos indivíduos, que devem ser oportunamente esclarecidos e dar o seu consentimento.

São consentidos a transplantação e doação de órgãos, antes e depois da morte?

A transplantação de órgãos é moralmente aceitável com o consentimento do doador e sem riscos excessivos para ele. Para o ato nobre da doação de órgãos depois da morte, deve acertar-se plenamente a morte real do doador.

Quais as práticas contra o respeito à integridade corpórea da pessoa humana?

São: os raptos e sequestros de pessoas, o terrorismo, a tortura, as violências, a esterilização direta. As amputações e as mutilações duma pessoa só são moralmente consentidas para indispensáveis fins terapêuticos da mesma.

Que cuidado ter com os moribundos?

Os moribundos têm direito a viver com dignidade os últimos momentos da sua vida terrena, sobretudo com a ajuda da oração e dos sacramentos que preparam para o encontro com o Deus vivo.

Como tratar os corpos dos defuntos?

Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade. A sua cremação é permitida, se não puser em causa a fé na ressurreição dos corpos.

Que pede o Senhor a cada um em ordem à paz?
O Senhor, que proclama «bem-aventurados os obreiros da paz» (Mt 5, 9), pede a paz do coração e denuncia a imoralidade da ira, que é desejo de vingança pelo mal recebido, e do ódio, que leva a desejar o mal ao próximo. Estas atitudes, se voluntárias e consentidas em matéria de grande importância, são pecados graves contra a caridade.

O que é a paz no mundo?
A paz no mundo, a qual é exigida para o respeito e desenvolvimento da vida humana, não é a simples ausência de guerra ou equilíbrio entre as forças em contraste, mas é «a tranquilidade da ordem» (S. Agostinho), «fruto da justiça» (Is 32, 17) e efeito da caridade. A paz terrena é imagem e fruto da paz de Cristo.

O que exige a paz no mundo?

Exige a distribuição equitativa e a tutela dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito da dignidade das pessoas e dos povos, a assídua prática da justiça e da fraternidade.

Quando é moralmente consentido o uso da força militar?
O uso da força militar é moralmente justificado pela presença contemporânea das seguintes condições: certeza de um dano permanente e grave; ineficácia doutras alternativas pacíficas; fundadas possibilidades de êxito; ausência de males piores, considerado o poder actual dos meios de destruição.

A quem compete a avaliação rigorosa dessas condições, em caso de guerra?
Compete ao juízo prudente dos governantes, aos quais compete também o direito de impor aos cidadãos a obrigação da defesa nacional, salvo o direito pessoal à objeção de consciência, a realizar-se com outra forma de serviço à comunidade humana.

O que exige a lei moral, em caso de guerra?

A lei moral permanece sempre válida, mesmo em caso de guerra. Devem tratar-se com humanidade os não combatentes, os soldados feridos e os prisioneiros. As ações deliberadamente contrárias ao direito dos povos e as disposições que as impõem são crimes que a obediência cega não pode desculpar. Devem-se condenar as destruições em massa, bem como o extermínio de um povo ou duma minoria étnica, que são pecados gravíssimos e obrigam moralmente a resistir às ordens de quem os ordena.

O que se deve fazer para evitar a guerra?
Devemos fazer tudo o que é razoavelmente possível para evitar de qualquer modo a guerra, devido aos males e injustiças que ela provoca. É necessário, em especial, evitar a acumulação e comércio de armas não devidamente regulamentadas pelos poderes legítimos; as injustiças sobretudo econômicas e sociais; as discriminações étnicas e religiosas; a inveja, a desconfiança, o orgulho e o espírito de vingança. Tudo quanto se fizer para eliminar estas e outras desordens ajudará a construir a paz e a evitar a guerra.

Mãe e Virgem de Guadalupe interceda por nós, vigie-nos com os seus olhos maternos.

com minha benção
Pe.Emílio Carlos +

5º MANDAMENTO: NÃO MATARÁS - Só Deus é o dono e o senhor da vida


5º MANDAMENTO: NÃO MATARÁS


INTRODUÇÃO:

No livro do Gênesis há um episódio muito triste e doloroso: a história de Caim e Abel. Ambos irmãos ofereciam sacrifícios a Deus, mas Caim oferecia o pior, enquanto Abel oferecia a Deus os melhores cordeiros do rebanho. Por isso, o fumo do sacrifício de Caim não subia ao céu, enquanto que o de Abel era agradável a Deus e subia ao céu.
Caim sentiu inveja de seu irmão, convidou-o a passear pelo campo e com uma queixada de animal o matou. Deus amaldiçoou a Caim por ter derramado o sangue de um homem inocente. O sangue inocente grita vingança ante Deus e Caim viveu errante durante o resto de sua vida, cheio de remorsos.
O quinto mandamento não só ordena “não matar”; mas também proíbe as brigas, agressões, invejas etc., e sobretudo, ordena o respeito e o cuidado com a vida humana, que é um dom de Deus.

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1. Só Deus é o dono e o senhor da vida

A vida humana é sagrada; desde seu início é fruto da ação criadora de Deus e sempre mantém esta especial relação com o Criador, origem e término de nossa existência. Só Deus é o senhor da vida desde o princípio até o fim; o ser humano não é mais do que administrador, e deve cuidar da própria vida e da de seus semelhantes. O quinto mandamento proíbe aquilo que atenta injustamente contra a própria vida e a vida dos demais; mas não deve ser entendido no sentido puramente negativo, pois ordena-nos a caridade, a concórdia e a paz com todos – mesmo que com os que se mostram como inimigos - e este aspecto positivo é o conteúdo principal do preceito.

2. Deveres de alguém para consigo mesmo


a) Amor e respeito a si mesmo.Temos de querer-nos a nós mesmos de maneira ordenada, sem egoísmo (quando referimos a nós mesmos as pessoas e as coisas), nem soberba (com uma falsa valoração das próprias qualidades, por ambição, presunção e vanglória).

b) Usar bem os talentos. Deus deu a cada ser humano talentos e capacidades tanto naturais como sobrenaturais. No plano natural estão a inteligência e a vontade, que temos de desenvolver adquirindo os conhecimentos de que sejamos capazes e formando a vontade para alcançar o senhorio de nós mesmos e uma personalidade capaz de grandes empresas. A preguiça (pereza) é o pecado que se opõe a que os talentos frutifiquem em nós. No aspecto sobrenatural temos a graça santificante, junto com os dons que a acompanham. Temos de corresponder generosamente porque, ao final de nossa vida, Deus nos pedirá contas de como aproveitamos as graças recebidas.

c) Amor e respeito ao corpo. O corpo é o instrumento que Deus nos deu e santificou; um dia ressuscitará cheio de glória. Por isso temos de respeita-lo e cuida-lo (Alimento, limpeza, esportes), evitando os excessos que possam prejudicar a saúde. Devemos ama-lo de maneira ordenada, já que existem outras coisas mais importantes. Opõem-se a este dever o suicídio, o desejar a própria morte, expor-se a perigos grandes (condução imprudente de veículos, excursões arriscadas, etc...), a mutilação de alguma parte do corpo, a eutanásia (encurtar a vida para reduzir o sofrimento), a gula (comer ou beber em excesso), a embriaguez e a utilização de drogas.

d) O cuidado da vida espiritual. É importante cuidar do corpo, mas mais importante ainda é cuidar da vida da alma, para que a graça cresça em nós. Cresce-se conhecendo melhor a doutrina cristã – o Catecismo – para poder cumpri-la, confessando e comungando com freqüência, tratando a Jesus no Sacrário, fazendo pequenos sacrifícios, etc. A vida da graça na alma se perde pelo pecado mortal, que é como um suicídio; ainda que graças à misericórdia de Deus existe o remédio do Sacramento da Penitência, que permite recuperar a vida sobrenatural.

3. Deveres do quinto mandamento para com os outros


a) Respeito à vida alheia. A mesma razão que obriga a respeitar a própria vida, exige o respeito da vida alheia: cada ser humano é criatura de Deus, de quem recebemos a vida, e só Ele é dono de nossa vida. Este direito à vida é violado pelo homicídio e pelo aborto, que são crimes horrendos contra Deus e contra a humanidade. Deus é sempre o autor da vida, também da vida dos animais e das plantas, e não se pode mata-los a não ser que seja por utilidade e necessidade, como, por exemplo, para servirem de alimento, mas sem que isto cause dor inútil ou sofrimentos.

b) O respeito à convivência. O quinto mandamento proíbe não só matar, mas tudo o que vá contra os demais: ódio, inveja, inimizade, discórdias, brigas, vinganças, lutas, desejar mal a alguém, alegrar-se em ver os outros sofrer, insultos... O Evangelho proclama bem aventurados aqueles que amam a paz, e uma manifestação deste espírito será o rezar para que não haja guerras entre as nações. O cristão tem que perdoar e coração as injúrias recebidas, “não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes” (Mateus 18,22); quer dizer, sempre. Igualmente deve saber pedir perdão das ofensas que possa ter feito aos demais; não é nenhuma humilhação, mas sim, demonstrar com obras que se tem um grande coração.

c) O pecado de escândalo. Por atentar contra o bem espiritual do próximo, o escândalo é um pecado contra o quinto mandamento. Escândalo é toda palavra, obra ou omissão que incita o outro a pecar: conversas más, blasfêmias, o facilitar fotografias, livros, fitas, sites da internet, revistas inconvenientes, utilizar vestes indecorosas, faltar à Missa... Estes exemplos provocam o pecado em que os observa ou padece, e por isso disse Jesus, referindo-se ao que provoca os escândalos: “Seria mais conveniente que se lhe atasse uma roda de moinho ao pescoço, e lhe jogassem no fundo do mar” (Mateus 18,6). Temos de fugir dos que ensinam ou levam a pecar, fazendo assim o ofício que é próprio do demônio; e se tivermos cometido este pecado, é preciso pedir perdão e reparar o dano causado.

4. Ajudar aos demais em suas necessidades

Para viver o sentido positivo do quinto mandamento é necessário querer bem ao próximo, ajudando – com o exemplo e a palavra – a resolver suas necessidades, tanto materiais como espirituais. As obras de misericórdia recordam quais são as principais necessidades, e quando as realizamos, demonstramos de verdade nosso amor ao próximo.

5. Propósitos de vida cristã

* Ler e saber de cor as obras de misericórdia corporais e espirituais, procurando cumpri-las no dia a dia.
* Ser amigo de todos, tratando com respeito, sem exceção de ninguém. Não guardar rancor nem desejar mal a ninguém, evitando os insultos, o maltratar quem quer que seja.
* Perdoar sempre a quem nos ofende, rezando muitas vezes a oração do Pai Nosso.

O Catecismo da Igreja Católica

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela
Fonte: Livro "Curso de Catequesis" do Editorial Palavra, España
Tradução: Pe. Antônio Carlos Rossi Keller

com minha benção
Pe Emílio Carlos+

terça-feira, 26 de outubro de 2010

DEZEMBRO

Em atualização... 


NOVEMBRO

Em atualização... 







OUTUBRO - MÊS DAS MISSÕES

Em atualização... 





SETEMBRO - MÊS DA BÍBLIA

Em atualização... 

AGOSTO - MÊS VOCACIONAL

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JULHO

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MAIO - MÊS MARIANO

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ABRIL

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MARÇO

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FEVEREIRO

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JANEIRO

Em atualização...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Uma carta Especial!!!

"Isto é uma ordem: Sê firme e corajoso. Não te atemorizes,não tenha medo, por que o Senhor está contigo em qualquer parte para onde fores." (Jos 1, 9). Eu vos digo que Deus lhes farás justiça bem depressa. Mas o Filho do homem quando voltar, será que ainda vai encontrar Fé sobre a terra? ( Lc 18, 8). Eis o momento para apelar para a paciência dos santos, dos fiéis, aos mandamentos de Deus e à Fé em Jesus. ( Apo 14, 12). Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens (1Tim 2, 1). Tens perseverança, sofreste pelo meu nome e não desanimaste. Mas tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas primeiras obras. Senão virei a ti e removerei o teu candelabro do seu lugar, caso não te arrependas. ( Apo 2, 3-5). Caríssimos!!! Não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas se levataram no mundo. Nisto se reconhece o Espírito de Deus: todo o espírito que proclama que Jesus Cristo se encarnou é de Deus. ( I Jo 4, 2). Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. E seus mandamentos não são penosos , porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: A NOSSA FÉ. Quem é o vencedor do mundo senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? ( I Jo 5, 2-5). Eis como sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz conhecê-lo e não guarda seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. Aquele, porém, que quarda a sua Palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos Nele: aquele que afirma permanecer Nele deve também viver como Ele viveu. ( I Jo 2, 3-6). Vós ouvistes dizer que o anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que o tempo está próximo. Eles saíram dentre nós, mas não eram dos nossos. Se tivessem sido dos nossos, ficariam certamente conosco. Mas isto se dá para que se conheça que nem todos são dos nossos. Vós, porém, tendes a unção do Santo Espírito e sabeis todas as coisas. ( I Jo 2, 18-20). Vós, pois, caríssimos, advertidos de antemão, tomai cuidado para que não caiais da vossa firmeza, levados pelo erro destes homens ímpios. Mas crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele a glória agora e eternamente. ( II Ped 3, 17-18).


Atenciosamente;


Aldecir Ferreira Nunes dos Santos

Coordenador geral da Pastoral da Catequese
Paróquia Divino Espírito Santo - Matão/SP
Diocese de São Carlos

sábado, 16 de outubro de 2010

Coragem!!!


Diz uma antiga fábula que um camundongo vivia angustiado com medo do gato.
Um mágico teve pena dele e o transformou em gato.
Mas aí ele ficou com medo do cão, por isso o mágico o transformou em cão.
Então, ele começou a temer a pantera e o mágico o transformou em pantera.
Foi quando ele se encheu de medo do caçador. A essas alturas, o mágico desistiu.
Transformou-o em camundongo novamente e disse:
“Nada que eu faça por você vai ajudá-lo, porque você tem a coragem de um camundongo”.
É preciso coragem para romper com o projeto que nos é imposto.
Mas saiba que coragem não é a ausência do medo, e sim a capacidade de avançar apesar do medo.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Brasil sem aborto!!!




Pr. Paschoal Piragina Jr
Presidente da Primeira Igreja Batista de Curitiba

Dilma quer legalizar o aborto:

Honre o voto cristão,

não vote em Dilma!


Veja o vídeo e tire suas dúvidas:




Posição de Dilma Rousseff no programa Roda Viva (TV Cultura) em 28/06/2010 :
“O que eu acho é que mulheres têm o direito de fazer [o aborto] na rede pública porque não se pode deixar, e tem de deixar acessível. Mulheres ricas vão à clínica, as pobres usam a agulha de tricô. Eu protesto que alguém seja a favor do aborto.”

“Não é uma questão se eu sou contra ou a favor, é o que eu acho que tem que ser feito. Não acredito que mulher alguma queira abortar. Não acho que ninguém quer arrancar um dente, e ninguém tampouco quer tirar a vida de dentro de si”.

BlogMais: Acho que ficou bem claro que a Dilma Rousseff é a favor do aborto, e que no SUS a paciente possa fazê-lo gratuitamente sempre que desejar.


José Serra fala sobre aborto

A respeito do candidato José Serra eu não encontrei nenhuma entrevista com o candidato falando à respeito, mas ele comentou a respeito no debate da rede católica:




21 de Junho – Em matéria publicada pelo UOL, a respeito do aborto, Serra disse que “não mexeria na atual legislação”, que permite a iniciativa para casos de estupro e de perigo de vida da mãe.

Para Serra, a legalização do aborto prejudicaria programas de prevenção à gravidez indesejada. “Dificultaria o trabalho de prevenção, como no caso da gravidez na adolescência, que é um assunto muito grave. Isso liberaria, vai (ter) gravidez para todo o lado porque (a mulher) vai para o SUS e faz o aborto viraria um processo. O País não está preparado para isso.”

Na mesma entrevista, Serra afirmou que a liberação promoveria uma “carnificina” no País. “Considero o aborto uma coisa terrível. Num país como o nosso, hoje, nas condições atuais, isso liberaria coisas para uma verdadeira carnificina”, afirmou, em sabatina promovida pelo jornal “Folha de S. Paulo” e pelo portal UOL, na capital paulista.

Apesar de parecer muito firme contra o aborto José Serra é, segundo esse site, o Único candidato que já assinou ordens para fazer abortos. Veja: (clique na Imagem para Amplia-la)

BlogMais: De certa forma quando José Serra aprovou o material para fazer os abortos, ele estava cumprindo a lei, porem ficou em contradição quando deixou a perceber no vídeo acima que: “Nem tudo que é legal é moral”, pois a ação dele foi legal, mas para quem é contra o aborto não é moral!


Dom Beni:

Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras




Dom Benedito Beni dos Santos é um dos bispos católicos que assinam o "APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS" que tem sido amplamente difundido pela sociedade em um ato de protesto contra àqueles que se comprometem com a legalização do aborto a todo custo pela sociedade bras ileira.

Dom Benedito Beni dos Santos
Bispo Diocesano de Lorena
Vice-Presidente do CONSER-SUL 1

http://www.cnbbsul1.org.br/

O aborto é uma discussão ética, moral, legal e esp iritual. Não dá para desassociar nenhum destes aspectos quando se fala nele.

Legalizar o aborto de certa forma está se falando em legalizar o assassinato. Sabemos que esta discussão vai a lém da concepção, pois os defensores militam também pelo direito de interromper a vida. Juridicamente, interromper a vida é crime, prescrito em Lei.

A discussão também se relaciona de quem é o corpo, muitos afirmam que o corpo é propriedade da mulher. Ainda que a criança desenvolva dentro do útero, ela (criança) não é propriedade da mulher. Entramos numa questão ética e moral e de direito.

Quando entramos na questão religiosa o fator ainda é mais agravante e jamais a igreja ou qualquer outra entidade religiosa ou mesmo pessoa que se diz ser espiritual pode aceitar o aborto. Pois aceitar, implica-se em definitivamen te assumir que não tem espiritualidade. Todos aqueles que se dizem acreditar na vida após a morte sabe que a partir da concepção este Ser humano passa a ter uma alma, um Espírito e assim, pertencer ao reino eterno. Ainda que os espirituais saibam que a vida abortada receberá a herança eterna, o crime que se comete contra ela é de uma dimensão proporcional diant e ao plano espiritual.

Este grande crime de dimensão espiritual não recai tanto sobre a mulher que aborta, mas naqueles que a ajudam na tomada da decisão, pois na grande maioria dos abortos eles são incentivados por outros. A mulher, na maioria das vezes toma tais atitudes por desequilibro emocional, pela falta de apoio seja da família com o daquele que a engravida, da sociedade e do Estado. Portanto, de todos que estão envolvidos no aborto a mulher é também uma vitima como a criança abortada na grande maioria dos casos.
Poder-se-ia dizer: “Há muitos abortos clandestinos feitos, os quais ocorrem muitas mortes ou esterilidades de mulheres e a legalização resolveria o problema.” Pois bem, nem tudo que é ilícito se deve legalizar. Daria o exemplo das drogas: H á muitos jovens morrendo de overdose, se destruindo e destruindo a família; portanto se deve legalizar todos os tipos de drogas para que isto não ocorra? Certamente, muitos são contrários a legalização das drogas. Este é um exemplo, poderíamos encontrar vários outros exemplos. Enfim, se algo é ilegal tem uma razão lógica de ser. E em relação ao aborto há muitas razões lógicas de se criminalizá-lo e varias destas estão fundamentadas nas questões éticas, morais, de Direito e a espiritual.
Em suma, há mil maneiras de lidar com a ques tão da gravidez indesejada sem necessidade da sociedade através do Estado legalizar um genocídio como, por exemplo, apoio social, biológico e psicológico à mulher que se engravide de maneira irregular; exigir atitudes dos genitores (no caso os homens) para que assuma a criança, a mu lher durante a gravidez. Enfim, há varias políticas públicas sociais que podem ser implementadas para evitar a gravidez sem necessidade da legalização do aborto.

Pense nisso!!!
Pois é você quem escolhe as pessoas,

que tomaram as decisões por você Lá!

E somos nós que nos responsabilizaremos pelas conseqüências...

Não Seja Você... Um Assassino!!!
Pois estamos avisando!!!

31 de Outubro - Vo
te consciênte!

A Lei de Deus é baseada no Amor e preserva a Vida!

"NÃO MATARÁS*." ( EXO 20, 13 )

Veja também!!!
É muito importante você saber!!!


http://www.votopelavida.com

Aldecir Ferreira Nunes dos Santos
Coordenador geral da Pastoral da Catequese
Paróquia Divino Espírito Santo - Matão/SP
Diocese de São Carlos

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